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Fenaban propõe aumento real de 0,7%

Linha fina
Reajuste de 6% foi considerado insuficiente pelo Comando Nacional dos Bancários e negociação será retomada nesta quarta-feira 29
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São Paulo - Índice de 6% para o reajuste salarial e demais verbas. Essa foi a proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários em reunião realizada nesta terça 28.

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> Vídeo: Fenaban apresenta proposta insuficiente

O valor corresponde a aumento real de 0,7% (para inflação do INPC projetada em 5,3%) e foi considerado insuficiente pelo Comando na mesa de negociação.

Uma nova rodada deve dar continuidade aos debates nesta quarta-feira, já que a Fenaban afirma querer resolver a campanha na mesa de negociação com os trabalhadores. “Também achamos importante resolver a campanha na mesa de negociação, mas para isso a proposta tem de melhorar muito”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Temos reivindicações importantes e plausíveis para os bancos. Vir somente com proposta de índice, sem resposta para questões fundamentais como valorização da PLR, do piso, dos auxílios, além das demandas de emprego, saúde e condições de trabalho é pouco. Para resolver a campanha na mesa de negociação tem de avançar.”

A dirigente destaca que isso é perfeitamente possível. “Os bancos têm resultados excelentes e ainda podem reduzir seus altos provisionamentos que refletiram negativamente no lucro do setor. Os bancários não aceitam receber PLR menor.”

> Veja resultados dos bancos no primeiro semestre

A dirigente lembra que a cada ano as instituições comprometem uma parcela menor do seu lucro líquido com a PLR da categoria. “Nos maiores privados era distribuído 14% em 1995 e em 2011 chegou a 6,4%. Os bancos podem melhorar isso” cobra a presidenta do Sindicato.

> Cai porcentagem do lucro distribuída pelos bancos


Veja abaixo outros itens da proposta global dos bancos


EMPREGO
Os bancos se negaram a tratar das reivindicações de emprego na CCT, informando que essas questões devem ser resolvidas em acordo coletivo de trabalho, ou seja, banco a banco.

Diante disso, o Comando Nacional dos Bancários enviará carta a cada uma das instituições que compõem a mesa da Fenaban solicitando espaço para discutir demandas fundamentais à categoria, como mais contratações, fim da rotatividade, da terceirização e das dispensas imotivadas, respeito à jornada de seis horas, universalização dos serviços bancários. “Deixamos claro para os bancos a relevância do tema e de mudanças que alterem a realidade de sobrecarga de trabalho e adoecimento dos bancários, por falta de funcionários e desrespeito à jornada”, relata Juvandia.

SEGURANÇA
A proposta do Comando, de manter um projeto piloto de segurança, foi aceita pela Fenaban, em local ainda a ser definido. O objetivo é cruzar estatísticas com dados do passado e do presente que mostrem a importância das ações implementadas, como portas de segurança e biombos de proteção entre os caixas e entre as filas. Um grupo de trabalho com representantes dos bancários e dos bancos deverá acompanhar os planos de ação e de monitoramento.

“Tem de ter prazo para começar e para analisar. Tendo esses números a gente consegue estabelecer a discussão das medidas que têm de ser implementadas no Brasil inteiro”, explica Juvandia.

SAÚDE
"Os bancos se comprometeram com atuação emergencial junto aos trabalhadores afastados que ficam sem salário e benefício até a perícia" do INSS ou devido a alta programada. A cláusula que deverá constar da Convenção Coletiva de Trabalho deve definir quanto, como e até quando pagar os salários dos afastados.

Também ficou acertado que representantes dos bancários e dos bancos procurarão a Previdência, juntos, para cobrar solução para o probolema. “O importante é que possamos garantir os proventos desses trabalhadores que já sofrem tanto com o adoecimento. Esse é um avanço importante em relação aos direitos dos afastados”, ressalta Juvandia.

Até o encerramento da campanha, os bancos também devem se posicionar em relação à cláusula que prevê o direito à reabilitação após adoecimento, mas à qual nenhuma instituição aderiu.

ASSÉDIO MORAL
Nesta quarta-feira, integrantes da Fenaban e do Comando dos Bancários devem debater o instrumento de combate ao assédio moral. Serão expostos números de denúncias feitas e solucionadas e discutidos prazos para resposta dos bancos. O tema seria debatido na quinta 30, mas foi antecipado.

IGUALDADE
Os bancos finalmente aceitaram refazer o censo da categoria. Ao longo de 2013 farão o planejamento, preparação e sensibilização dos trabalhadores para aplicação da pesquisa no início de 2014. Toda a discussão será feita na mesa temática de igualdade de oportunidade. “Esse censo é importante para que possamos saber das condições das mulheres, dos negros, das pessoas com deficiência e trabalhar para que todos tenham as mesmas oportunidades nos bancos”, completa Juvandia.


Cláudia Motta - 28/8/2012
(Atualizado às 14h30 de 29/8)

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