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Negociação será retomada nesta terça-feira 4

Linha fina
Se bancos querem mesmo resolver campanha na mesa de negociação, têm de pagar aumento real maior, valorizar PLR, piso e auxílios
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São Paulo - A proposta dos bancos de aumento real de 0,7% não avançou. Uma nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) foi marcada para esta terça-feira 4.

> Vídeo: Juvandia comenta sobre processo de negociação

Durante toda a manhã da quarta-feira 29, os representantes dos trabalhadores apresentaram aos bancos números que demonstram que o índice de reajuste salarial de 6%, apresentado pela Fenaban no dia anterior, é insuficiente.

“Deixamos claro que os bancários ficaram bastante insatisfeitos com a proposta e com esse índice”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

> Recado dos bancários: proposta tem de melhorar

“Para resolver a campanha na mesa de negociação como os bancos falam, eles precisam pagar aumento real de verdade, PLR, piso e auxílios maiores”, ressalta a dirigente. “Além disso, melhorar condições de trabalho e contratar mais para acabar com a sobrecarga e o desrespeito à jornada que adoecem a categoria. É isso que a categoria bancaria, em todo o Brasil, reivindica e vem reforçando desde o início da Campanha 2012.”

Na tarde dessa mesma quarta-feira 29, os representantes dos trabalhadores e dos bancos também debateram o programa de combate ao assédio moral.

> É preciso aprimorar instrumento de combate ao assédio moral

Demandas – O Comando relembrou aos bancos que os resultados do setor indicam plenas condições para atender às demandas da categoria. “O lucro cresceu no primeiro semestre deste ano, mesmo com o alto provisionamento. São quase R$ 26 bi de lucro líquido somente para as sete maiores instituições do país. E isso com PDD (provisão para devedores duvidosos) de mais de 30% em média”, reafirma a presidenta do Sindicato.

> Veja resultados dos bancos no primeiro semestre
> Cai porcentagem do lucro distribuída pelos bancos

“Reforçamos também que já foi maior a porcentagem do lucro líquido que os bancos gastam com a PLR dos trabalhadores e isso tem de mudar. Com esse provisionamento alto e se não for alterada a regra, bancos como Bradesco, Santander e HSBC vão pagar PLR menor que a de 2011. Não podemos aceitar”, explica Juvandia. “Os bancos têm de voltar para a rodada de negociação do dia 4 com proposta que atenda todas essas demandas fundamentais à categoria.”

Dia de Luta - Em todo o país bancários promovem manifestações na segunda-feira 3, um dia antes da negociação, para deixar claro aos bancos: a proposta de 6% - 0,7% de aumento real - é insuficiente. Em São Paulo, o Dia Nacional de Luta ocorreu em 51 agências e sete concentrações do centro velho. Os bancários ainda compareceram na Praça do Patriarca, às 11h, para uma votação simbólica em assembleia de rua que referendou o "não" ao índice apresentado. Leia mais e veja as fotos da manifestação em São Paulo.


Veja abaixo outros itens da proposta global dos bancos

EMPREGO
Os bancos se negaram a tratar das reivindicações de emprego na CCT, informando que essas questões devem ser resolvidas em acordo coletivo de trabalho, ou seja, banco a banco.

Diante disso, o Comando Nacional dos Bancários enviará carta a cada uma das instituições que compõem a mesa da Fenaban solicitando espaço para discutir demandas fundamentais à categoria, como mais contratações, fim da rotatividade, da terceirização e das dispensas imotivadas, respeito à jornada de seis horas, universalização dos serviços bancários. “Deixamos claro para os bancos a relevância do tema e de mudanças que alterem a realidade de sobrecarga de trabalho e adoecimento dos bancários, por falta de funcionários e desrespeito à jornada”, relata Juvandia.

SEGURANÇA
A proposta do Comando, de manter um projeto piloto de segurança, foi aceita pela Fenaban, em local ainda a ser definido. O objetivo é cruzar estatísticas com dados do passado e do presente que mostrem a importância das ações implementadas, como portas de segurança e biombos de proteção entre os caixas e entre as filas. Um grupo de trabalho com representantes dos bancários e dos bancos deverá acompanhar os planos de ação e de monitoramento.

“Tem de ter prazo para começar e para analisar. Tendo esses números a gente consegue estabelecer a discussão das medidas que têm de ser implementadas no Brasil inteiro”, explica Juvandia.

SAÚDE
"Os bancos se comprometeram com atuação emergencial junto aos trabalhadores afastados que ficam sem salário e benefício até a perícia" do INSS ou devido a alta programada. A cláusula que deverá constar da Convenção Coletiva de Trabalho deve definir quanto, como e até quando pagar os salários dos afastados.

Também ficou acertado que representantes dos bancários e dos bancos procurarão a Previdência, juntos, para cobrar solução para o probolema. “O importante é que possamos garantir os proventos desses trabalhadores que já sofrem tanto com o adoecimento. Esse é um avanço importante em relação aos direitos dos afastados”, ressalta Juvandia.

Até o encerramento da campanha, os bancos também devem se posicionar em relação à cláusula que prevê o direito à reabilitação após adoecimento, mas à qual nenhuma instituição aderiu.

IGUALDADE
Os bancos finalmente aceitaram refazer o censo da categoria. Ao longo de 2013 farão o planejamento, preparação e sensibilização dos trabalhadores para aplicação da pesquisa no início de 2014. Toda a discussão será feita na mesa temática de igualdade de oportunidade. “Esse censo é importante para que possamos saber das condições das mulheres, dos negros, das pessoas com deficiência e trabalhar para que todos tenham as mesmas oportunidades nos bancos”, completa Juvandia.


Cláudia Motta - 29/8/2012 (atualizada em 4/9, às 11h)

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