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Trabalhadores têm direito à informação

Linha fina
FB censurada pela coligação do candidato José Serra trazia análise dos candidatos sobre questões que interessam aos bancários
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São Paulo - A censura contra a Folha Bancária revoltou bancários e trabalhadores das mais diversas categorias profissionais. Na noite da quinta-feira 4, a sede do Sindicato e as regionais da entidade receberam oficiais de Justiça acompanhados da Polícia Militar com ordem de busca e apreensão da FB. A representação teve origem em pedido da coligação do candidato José Serra (Avança São Paulo – PSDB, PSD, DEM, PV e PR) que solicitou o recolhimento dos exemplares da edição nº 5.592 e a retirada da versão online do site.

Na última página da publicação, uma reportagem analisava as propostas e o histórico dos candidatos que lideravam, então, a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Celso Russomano, José Serra e Fernando Haddad. Nas demais páginas, informações sobre as assinaturas da nova Convenção Coletiva de Trabalho e os acordos específicos dos bancos públicos.

Assinada pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano, a representação previa inclusive ordem de arrombamento. Não havia necessidade: o Sindicato cumpriu a decisão judicial com serenidade. Apesar de tarde da noite – eram cerca de 21h quando ação começou e foi encerrada depois da 0h – representantes da entidade acompanharam a Justiça e abriram todas as unidades.

Contestação – O Sindicato contestou o mérito da ação que censurou a Folha Bancária. “Fizemos nosso papel de debater propostas com os trabalhadores, como sempre fazemos, com o objetivo de defender os direitos da cidadania. Os então candidatos Haddad e Russomano tiveram suas trajetórias e propostas divulgadas na FB, porque as tornaram públicas. Serra, como informou várias vezes, só divulgaria seu plano de governo, caso fosse para o segundo turno. E foi isso que o Sindicato publicou: a trajetória política de Serra e o fato de que ele não tinha plano de governo divulgado” relata a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Na ação, a coligação de Serra alegou ser “inverídica” essa informação, solicitando a “busca e apreensão” do jornal dos bancários. “Vemos essa postura da Coligação Avança São Paulo como uma afronta à liberdade de expressão, um dos pilares básicos do Estado Democrático de Direito”, afirma o advogado do Sindicato, Luiz Eduardo Greenhalgh. “O folheto do Sindicato não tratava de propaganda partidária, tanto que Russomanno não representou perante à Justiça Eleitoral. Em nenhum momento há pedido de voto para algum candidato, mas a exposição de perfis e das propostas de quem as apresentou. Um serviço aos trabalhadores e um direito pelo qual a entidade representativa deve zelar”, completa Greenhalgh.

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Redação - 8/10/2012

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