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Portal do Inferno escancara práticas abusivas no BB

Linha fina
Manifestação mostrou aos clientes e população orientações da direção do BB que massacram os bancários
Imagem Destaque

São Paulo – O Sindicato organizou um ato nesta quinta-feira 14, em frente ao prédio da superintendência do Banco do Brasil, para denunciar as práticas abusivas que os funcionários sofrem na sua rotina de trabalho.

Intitulada Portal do Inferno, a atividade teve um caráter lúdico com atores vestidos de diabo representando a diretoria do banco. A ideia foi fazer uma alusão à rotina massacrante dos funcionários, com ameaças de todo o tipo e pressões por metas abusivas, o que muitas vezes os leva ao adoecimento.

> Vídeo: matéria especial sobre o protesto
> Fotos: galeria com imagens da manifestação

“O Banco do Brasil se espelha na pior escola de gestão: a gestão do medo, e a consequência são os afastamentos, através de depressões e outras doenças, a maioria delas de fundo emocional”, diz o panfleto distribuído durante o ato, que também teve o objetivo de divulgar aos clientes e à população as práticas da direção do banco às quais os funcionários são obrigados a se submeter.

O diretor do Sindicato Paulo Rangel explica que os mecanismos utilizados para pressionar vão desde anotações de avaliações negativas ao descomissionamento, passando por negação de promoções, dentre outras humilhações e perseguições. "É importante a população saber que o funcionário pode perder de 50% a 70% do seu salário quando é descomissionado”, destaca.

Recado - Por meio de uma faixa, a manifestação deu recado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega: "O assédio moral corre solto no BB e Mantega se derrete pela direção do banco". "O objetivo foi lembrar ao ministro que o atual governo federal tem um cunho democrático e popular, mas essa visão não chegou à gestão do Banco do Brasil, que mantém práticas neoliberais e individualistas, onde o assédio moral é a regra e o lucro vem acima de tudo", explica Rangel.

Desrespeito às leis – A manifestação quis também divulgar ao público que muitas vezes os funcionários são obrigados a desrespeitar normas internas do banco e leis, em nome de uma lucratividade maior. “Como os trabalhadores são constantemente ameaçados, infelizmente muitos deles são estimulados a desrespeitar regulamentos internos e o Código de Defesa do Consumidor”, diz outra parte do panfleto.

> Leia a íntegra da carta aberta à população

Ambições pessoais – O dirigente Claudio Luiz de Sousa explicou que, além de divulgar a rotina infernal, o ato também buscou mostrar atitudes da diretoria que demonstram interesse apenas em ambições pessoais, em detrimento da própria empresa e dos funcionários. “Muitos integrantes do alto escalão enxergam suas posições dentro do banco como um trampolim para alcançar um cargo ou bônus maiores, e para conseguir isso, nada importa, nem a imagem e o caráter de banco público e muito menos a consideração aos funcionários”, afirma o dirigente.

O resultado disso, segundo Claudio, são aumento do passivo trabalhista; ações de assédio moral; aumento de reclamações no Procon e Bacem e perda da imagem e da importância do BB para a população.

Dia Nacional de Luta – Os funcionários voltarão a protestar contra o plano de funções na quarta 20 com manifestações nas agências. As atividades integram calendário de mobilização do Comando Nacional dos Bancários. Na semana passada comitiva de dirigentes entregou denúncias da postura da direção do banco a parlamentares e ao governo federal.


Rodolfo Wrolli - 14/3/2013

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