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Justiça define em julho Previ e Cassi para todos

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Desde os primeiros movimentos de incorporação, representantes dos funcionários oriundos da Nossa Caixa lutam por isonomia de direitos
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São Paulo - Os representantes dos bancários do Banco do Brasil encerraram mais um capítulo da árdua luta pela isonomia de direitos para os incorporados. Na terça-feira 4, foi realizada a última audiência com o juiz responsável por julgar ação de primeira instância cobrando Cassi e Previ para todos os funcionários da empresa.

O processo foi iniciado pelo Ministério Público do Trabalho em março de 2012 após receber diversas reclamações pela discriminação imposta pela posição intransigente da direção do banco, apesar das inúmeras tentativas do movimento sindical para resolver o assunto em processo negocial por meio da COEBB (Comissão de Empresa do Banco do Brasil). A decisão da Justiça está prevista para sair em 5 de julho.

"Não admitimos sermos tratados com essa discriminação escancarada. Assinamos o mesmo regulamento dos trabalhadores oriundos do Banco do Brasil e exigimos tratamento igual, ou seja, mesmos deveres, mesmos direitos. Não queremos nenhum privilégio, apenas sermos tratados rigorosamente da mesma maneira que nossos colegas", diz Raquel Kacelnikas, secretária-geral do Sindicato e funcionária do Banco do Brasil oriunda da Nossa Caixa (foto à esquerda).

Irinaldo Barros, também dirigente sindical e bancário que veio da Nossa Caixa, explica que o MPT procurou o Sindicato em busca de informações sobre o caso Previ/Cassi/Economus. "Municiamos o Procurador do Trabalho com um volumoso dossiê contendo toda a discarada diferença de tratamento e esperamos, agora, decisão favorável", afirma.

Previ e Cassi para todos foi um dos primeiros pontos exigidos pelos trabalhadores incorporados e a mobilização começou assim que as notícias da compra começaram a ganhar força.

A luta também tratou de temas como gratificação variável, clareza nos holerites, discriminação dos incorporados e indefinição do setor de CPD (foto abaixo, à esquerda), localizado à época na Rua Marambaia. "Fizemos diversas mobilizações e conseguimos muitas conquistas e manutenção de direitos, mas ainda faltam a Cassi e a Previ", complementa Irinaldo Barros.

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Mesmo com a ação instaurada pelo MPT, o movimento sindical continou pressionando em diversas mesas de negociação, sempre barrada pela intransigência da direção do banco.

Luta - Desde as primeiras notícias sobre a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil, ainda no final de 2008, o movimento sindical age de maneira intensa na defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores. Em novembro daquele ano, os representantes da categoria obtiveram compromisso formal do então presidente do banco, Antonio Francisco de Lima Neto firmou, de que não haveria demissões nem retirada de direitos.

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Ainda antes da venda, a pressão sindical também foi feita sobre a Assembleia Legislativa Paulista, onde tramitou o Projeto de Lei 750/08, enviado pelo então governador e responsável pela venda, José Serra. Além do contato direto com os deputados e forte presença em audiências públicas - com direito a vigília - , os bancários também pressionaram com atos em frente ao Parlamento.

A mobilização deu resultado e na triste noite onde a Alesp aprovou a venda, os trabalhadores conseguiram incluir uma emenda aglutinativa garantindo manutenção dos empregos, direitos e número de agências.

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Sacramentada a incorporação, em março de 2009, a luta sindical continuou para que as garantias de manutenção e isonomia de direitos fossem, de fato, conquistadas. Para tal, antes do primeiro mês da união, o Sindicato promoveu um seminário de dois dias com os recém incorporados. Também foram realizadas plenárias para troca de informações sobre a realidade das agências e departamentos. Em junho, começaram as negociações com a direção do BB.

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Ainda naquele ano, foi conquistada, a título de PLR, distribuição linear de R$ 60 milhões para os trabalhadores.

"A isonomia de direitos entre funcionários do BB e da Nossa Caixa é pauta permanente no movimento sindical bancário e não vamos descansar, seja a decisão da Justiça favorável ou não, enquanto não conquistarmos isso por inteiro. Os funcionários incorporados têm todos os ônus dos outros dentro do banco e nada mais justo que usufrua também de todos os direitos", complementa Raquel.

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Redação - 7/6/2013

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