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Sindicato exige fim imediato das demissões

Linha fina
Em reunião com novo superintendente de relações sindicais, representantes dos trabalhadores relatam problemas recorrentes com bancários em todo o país e entregam pauta específica
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São Paulo – Demissões, falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, assédio moral, metas abusivas, distorções salariais, entre outras questões, são problemas comuns em todas as agências do Santander no Brasil. Foi justamente essa realidade que os representantes dos trabalhadores relataram ao novo superintendente de relações sindicais do banco espanhol, Luiz Cláudio Xavier, durante reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander na quarta-feira 26, na sede do Sindicato.

O superintendente também recebeu a pauta específica de reivindicações aprovada no Encontro Nacional dos Funcionários, ocorrido nos dias 4 e 5 junho com a participação de mais de 130 dirigentes sindicais de todo país, e que será discutida na quinta-feira 4, em reunião com o Comitê de Relações Trabalhistas (CRT).

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“Apesar de não apontar ações concretas, foi o início de um diálogo importante, sobretudo pela disposição que o novo superintendente teve de ouvir e tentar compreender as demandas, pois está insustentável a situação nas agências, com falta de funcionários, metas abusivas e até bancários trabalhando mesmo com atestado médico, o que comprova o modelo de gestão pelo medo”, explicou Maria Rosani, diretora executiva do Sindicato.

A dirigente ainda acrescentou a consequência das más condições de trabalho no atendimento ao cliente. “Como o trabalhador se sentirá motivado com medo de ser demitido no dia seguinte ou com cada vez mais metas difíceis de bater?”, questionou Rosani, enfatizando que a sobrecarga de trabalho e a falta de funcionários são fatores determinantes para o descontentamento geral dos funcionários, responsáveis por 26% do lucro global do Santander.

Como exemplo, a dirigente citou o desempenho das agências na região do Brás, em que apenas quatro das 30 agências entregaram as metas estipuladas do primeiro trimestre. “Será que os funcionários não conseguiram cumprir ou as metas é que são abusivas?”, questionou, ao acrescentar que o banco precisa ouvir os trabalhadores e não apenas impor números absurdos e ainda sem proporcionar condições de trabalho.

Fim das demissões – Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato, contestou o modelo de gestão anunciado pelo novo presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza. “Não aceitaremos o modelo importado do México, que prevê a redução de despesas com cortes de funcionários, responsáveis de fato pelo resultado do banco.”

Além de ressaltar a perceptível falta de trabalhadores nas agências, Rita questionou o modelo de administração que precariza as condições de trabalho e, consequentemente, o atendimento aos clientes. “Desafiamos o banco a agir diferente e buscar alternativas de melhorar os resultados sem o corte de funcionários e respeitando a cultura do povo brasileiro”, completou.  

Reestruturação – O Santander Brasil anunciou na terça-feira 25 mudanças na estrutura administrativa, com a criação de duas novas vice-presidências.  Com isso, José Paiva, que faz parte do Conselho de Administração, foi nomeado vice-presidente executivo sênior de Recursos Humanos e Mídia e responderá pelas áreas de tecnologia, organização, canais de atendimento e custos.

“O Sindicato vê com otimismo essa nomeação e acreditamos que será possível melhorar a relação e diálogo com o banco, sobretudo com relação às práticas antissindicais utilizadas pela instituição”, avaliou Rita Berlofa, ao enfatizar que a melhor demonstração que o banco pode dar aos trabalhadores é barrar imediatamente as demissões e as práticas antissindicais.  


Tatiana Melim – 26/6/2013

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