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Itaú demite e cerca de 3 mil cruzam os braços

Linha fina
Trabalhadores do Centro Administrativo Raposo Tavares protestam nesta terça-feira 23 e Sindicato pressiona banco para negociar
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São Paulo – Em junho, a direção do Itaú informou durante reunião com dirigentes sindicais que não fecharia centros administrativos diante do investimento grandioso em Mogi Mirim, interior de São Paulo, onde funcionará o polo de tecnologia. No entanto, as demissões continuam na área de tecnologia (Atec), com dispensas, inclusive, de pessoas com deficiência.

> Fotos: galeria da paralisação

O resultado das ações intransigentes pode ser visto nesta terça 23: a força dos trabalhadores. Cerca de 3 mil bancários estão de braços cruzados no Centro Administrativo Raposo Tavares (CA Raposo).

A dirigente sindical Valeska Pincovai ressalta que a paralisação irá durar todo o dia e outros protestos estão programados diante da falta de resposta. “Queremos negociar, mas o banco não comunica a data da reunião, não responde sobre as reivindicações dos funcionários. A categoria está unida contra a falta de respeito, precarização das condições de trabalho e diante das dispensas imotivadas. Nossa exigência é que essas demissões sejam revertidas e que o banco nos chame para negociar. Enquanto isso não acontece, estamos mobilizados”, ressalta.

No frio ou na chuva – O dia da paralisação amanheceu frio e chuvoso na capital, com termômetros marcando 10ªC e sensação térmica de um frio ainda maior, principalmente na região do CAU, na Rodovia Raposo Tavares. Mas, nada disso foi empecilho para os funcionários do Itaú manifestar insatisfação com a falta de valorização do banco com seus trabalhadores. A unidade prevalece e o Sindicato não negocia acabar com o ato sem data marcada para uma reunião com propostas concretas da instituição financeira.

Executivos numa boa - O Itaú distribuiu cerca de R$ 9 milhões para cada um dos cerca de 15 executivos do alto escalão da diretoria do banco, no ano passado. Foi o segundo maior gasto entre empresas brasileiras, perdendo apenas para a mineradora Vale, com média de R$ 13 milhões per capita. Enquanto isso, também em 2012, apesar de o lucro superar os R$ 14 bilhões, quase 8 mil postos de trabalho foram fechados.

> Itaú distribuiu R$ 9 milhões para cada alto executivo
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Situação que não mudou em 2013. Com metas nas alturas, – até mesmo os bancários com função de caixa sofrem com metas abusivas de vendas de produtos - o lucro líquido do primeiro trimestre foi de R$ 3,472 bilhões, o que representa um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2012. Mas, de janeiro a março de 2013 o Itaú cortou nada menos que 708 postos de trabalho, chegando a um total de 89.615 empregados no Brasil. Em um ano, a redução de vagas de emprego foi de 6.679.

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Campanha 2013 – O fim das demissões em massa e a ampliação das contratações é uma das exigências da categoria bancária que fará parte da pauta dos trabalhadores a ser entregue à federação dos bancos no dia 30, próxima terça-feira.

O resultado da preocupação do trabalhador com seu emprego foi apontado na pesquisa nacional da categoria apresentada durante a 15ª Conferência Nacional dos Bancários. Em uma pergunta em que o bancário podia apontar até três opções, 44,9% defendem como prioridade o combate às demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT), 43,5% querem mais contratações, 38,7% pediram jornada de 6 horas para todos, 35,5% reivindicam igualdade de oportunidades e 24,9% exigem o fim das terceirizações.

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Gisele Coutinho – 23/7/2013

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