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Bancos fecham postos de trabalho no semestre

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Foram 1.957 empregos a menos nos primeiros seis meses deste ano, segundo Caged. Tirando a Caixa Federal da conta, o resultado é pior ainda: extinção de 4.890 postos de trabalho
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São Paulo – Os lucros bilionários dos bancos no Brasil não resultam em empregos para o país. Só nos primeiros seis meses do ano, as instituições admitiram 20.230 trabalhadores, mas demitiram 22.187, o que resultou num saldo negativo de 1.957 empregos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no dia 23.

O resultado é muito pior que o do setor financeiro, composto, além das instituições de crédito (os bancos), pelas de seguro e de capitalização. O setor gerou no semestre apenas 3.005 postos formais.

O saldo de postos formais dos bancos ficaria ainda menor se não fosse conquista do movimento sindical de contratações na Caixa. A instituição pública abriu 2.804 postos entre janeiro e junho deste ano. A criação de novos postos é o objetico da campanha Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa pra o Brasil. Em junho, foram confirmadas mais 9.823 contratações para 2014 e 2015.

> Geração de empregos no setor financeiro é pior desde 2002
> Caixa vai contratar mais 9.823 bancários

Já os bancos múltiplos com carteira comercial, que inclui os cinco maiores do país – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC –, tiveram saldo negativo de 4.890 postos. É o pior resultado dos bancos desde 2009, quando a crise financeira mundial atingiu o país. No primeiro semestre daquele ano, foram menos 2.224 postos de trabalho.

“Os cinco maiores bancos, com exceção da Caixa, lucraram R$ 10,7 bilhões só nos primeiros três meses deste ano. Estão entre as empresas mais lucrativas e rentáveis do país, mesmo assim estão demitindo ao invés de contratar. Temos de cobrar a verdadeira responsabilidade social desse setor”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Rotatividade – O Caged aponta, ainda, que os admitidos recebem salário médio 36% menor do que o dos desligados.

“Isso demonstra o que já sabemos: que, além de demitir, os bancos usam a rotatividade para economizar com salários, já que contratam novos bancários pagando menos”, ressalta Juvandia.

A dirigente lembra que o fim das demissões, mais contratações e o fim da rotatividade são pontos fundamentais da pauta de reivindicações da categoria, que será entregue à federação dos bancos (Fenaban) na terça-feira 30.

Convenção 158 – Além da pauta da categoria, a Conferência Nacional dos Bancários, realizada nos dias 19, 20 e 21 de julho, aprovou como prioridade o fortalecimento da luta para que o Brasil volte a ser signatário da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe dispensas imotivadas.

“A Convenção 158 seria uma forma de impedir que as empresas demitam apenas para contratar em seguida por um salário menor. Isso é prejuízo para a economia do país que, para crescer, precisa de emprego digno e dinheiro no bolso do trabalhador”, completa Juvandia.


Andréa Ponte Souza - 25/7/2013

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