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Parabéns pelo seu dia, bancário

Linha fina
O 28 de agosto ficou marcado por greve vitoriosa no início dos anos 1950
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São Paulo – Um dia especial. No meio de tantas metas, pressão, sobrecarga entre as inúmeras outras dificuldades da rotina imposta pelos bancos, dê um abraço apertado no seu colega de trabalho, um sorriso maior para quem está sentado à sua frente. Hoje, 28 de agosto, é Dia do Bancário.

A data "nasceu" em 1951 (foto), quando após greve de 69 dias e muita repressão, a categoria teve reajuste de 31%.

Somos quase 500 mil em todo o país – 496 mil de acordo com os dados de 2011, os mais recentes da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego. Desses, 51% são homens e, 49%, mulheres.

A maior parte – 148 mil – já passou da casa dos 30 anos de idade e ainda não bateu nos 40. Mas a turma dos quarentões é grande: 120 mil. Entre 20 e 29 anos também somam mais de 100 mil e, acima dos 50, são 68 mil.

Na escolaridade, a ampla maioria – 340 mil – tem ensino superior completo. Outros 83 mil também têm, mas incompleto. Menos de 1% completou apenas o ensino fundamental.

O tempo de casa é distribuído de maneira bem mais uniforme. Mais de 116 mil abraçaram a categoria há mais de uma década, mas outros 100 mil ainda não completaram um ano de banco. Entre um e dois anos na profissão estão 89 mil e, entre cinco e 10 anos, somos 73 mil.

É o caso de João Silva, 28 anos de idade e sete anos de carreira. “Ingressei por enxergar os bancários como uma categoria forte. Eu era terceirizado e achava interessante, bacana, o trabalho”, relata, lamentando, por outro lado, a vida sofrida da categoria. “São metas abusivas, questões de desrespeito por parte da diretoria e pelos gerentes, não levarem em consideração o que a gente faz, sempre querem mais.” Apesar disso, ama a profissão: “Tenho honra de ser bancário. É um trabalho digno. Eu zelo pela nossa categoria e pelo nosso trabalho”. O nome é fictício para preservar o trabalhador.

Claro que quase todos são brasileiros, mais de 99%, mas há pelo menos outras 30 nacionalidades, desde a maioria argentina, passando por europeus, asiáticos e africanos, dentre outros.

Força e mobilização – Não é apenas nas planilhas que a categoria mostra grandeza. Na unidade e luta por conquistas também.

Vale-alimentação e refeição, jornada de seis horas, auxílio-creche/babá, licença-maternidade de seis meses, isenção de imposto de renda na PLR, participação na história política do país, como resistência contra a ditadura e defesa das minorias. São apenas algumas das evidências.

“Tenho 46 anos, sendo 26 de banco. Os benefícios de hoje em dia, graças à ação do Sindicato, melhoraram bastante, comparado com o que a gente tinha antes”, conta José de Oliveira, também nome fictício. “Mas em compensação, antes não tinha internet, a automação bancária era muito menor e havia muito mais bancos, então tinha muito mais emprego. Com ajuda do governo FHC, os bancos foram sendo comprados e para os que permaneceram na profissão, o chicote estalou”, acrescenta.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, completa: “os bancários fazem parte não só da história da categoria, mas do país. Já na década de 1950 tínhamos mulheres participando da diretoria do Sindicato. Lutamos contra a ditadura nas décadas de 1960 e 1970, quando, com a retomada da entidade, atuamos para romper com o modelo sindical vigente e impulsionar a categoria para novas conquistas. Resistimos bravamente à tentativa de retirada de direitos nos anos 1980 e 1990. E entramos no novo século firmes na luta, avançando nas conquistas para os bancários e toda a sociedade com as Marchas da Classe Trabalhadora.”


Rodolfo Wrolli e André Rossi – 27/8/2013

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