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Bancos lucraram 120% a mais em apenas sete anos

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Em nota, Fenaban se posiciona sobre campanha citando aumento dos bancários acumulado em 58% no período
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São Paulo – Enquanto os salários dos bancários subiu 58% nos últimos sete anos, o lucro dos bancos foi mais que o dobro no mesmo período: cresceu 120% de 2005 a 2012, passando de R$ 23,7 bilhões para R$ 52,1 bi.

Somente essa informação seria suficiente para desmontar nota divulgada pela federação dos bancos na qual afirma que: “a proposta (de 6,1%, apresentada em 5 de setembro) deve ser avaliada considerando os ganhos dos últimos anos” (dados da Fenaban).

“Principalmente se avaliada à luz dos últimos anos e de acordo com esses números, fica claro que os bancos devem muito aos bancários”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrando que todo aumento real foi conquistado graças à mobilização de trabalhadores de todo o Brasil. “Todos os anos foi preciso ter greve. Só obtivemos avanços por conta das paralisações. Nada foi concedido sem a luta da categoria.”

Acionistas – Quem ganha com o crescimento dos lucros dos bancos é cada vez menos o bancário, apesar da quantidade de trabalho ser cada vez maior. Entre 1999 e 2005, em média, os acionistas ficavam com 25,9%, os impostos, 24%, e os bancários, 50,1% da riqueza gerada no banco. Entre 2006 e 2012, uma inversão: o governo continua em 23%, mas acionistas passaram a receber quase 40% e aos trabalhadores restaram 37%.

“Queremos inverter essa lógica e distribuir melhor a riqueza gerada no setor. Para isso, o salário do bancário tem de subir, o piso tem de ser valorizado, de forma a diminuir a gigantesca diferença entre o que recebem os executivos, acionistas, e os empregados dos bancos”, ressalta Juvandia.   

Não é só por salários, mas também por saúde – A nota também manifestou os “aspectos sociais e sindicais”, ao ressaltar o único avanço conquistado até o momento em mesa de negociação, sobre os conflitos no ambiente de trabalho: o prazo para análise dos casos de assédio moral que passaria de até 60 dias para até 45 dias. “É um avanço, mas não é essa ferramenta que acabará com o adoecimento dos trabalhadores. O que pode ajudar a resolver esse problema é o fim da pressão por metas diárias, abusivas, e das cobranças que colocam os trabalhadores em situações vexatórias”, reforça a presidenta do Sindicato.


Gisele Coutinho - 19/9/2013

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