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Censo sobre diversidade começa a circular em março

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Sindicato orienta bancários a responderem questões para colaborar na luta por igualdade de oportunidades na categoria bancária
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São Paulo – Bancários de todo o país receberão a partir de 17 de março o questionário do II Censo da Diversidade no setor financeiro. Para chegar às questões que devem ser respondidas por funcionários de bancos públicos e privados, um grupo de trabalho bipartite, com participação do movimento sindical e federação dos bancos (Fenaban), reuniu-se diversas vezes.

A quarta reunião ocorreu na quarta-feira 29, com representantes do Sindicato, Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e Fenaban. “Além de elaborar as questões que farão parte do segundo censo da categoria para a elaboração da nova edição do Mapa da Diversidade, interferimos com ideias para a campanha de divulgação do Mapa, além do cronograma das atividades sobre o tema”, ressalta a diretora executiva do Sindicato Neiva Maria Ribeiro, que participa do grupo.

A principal conquista do movimento sindical é a inclusão de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. “Queremos saber se os bancários estão usufruindo da isonomia de direito dos homoafetivos garantida em campanha da categoria, e, se não estão, precisamos saber os motivos e como garantiremos que esses trabalhadores façam uso da conquista sem sofrer discriminação. Por isso é importante que todos respondam às questões, pois a partir dos resultados cobraremos políticas sociais dentro das instituições financeiras para garantir igualdade de oportunidade”, ressalta Neiva.

Para o Sindicato, uma das formas de resolver a questão da desigualdade no setor financeiro é negociar um PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salários) para almejar oportunidades a partir de critérios claros e objetivos. “As mulheres da categoria ainda ganham menos que os homens, bancários com deficiência não são promovidos, afrodescendentes raramente são vistos em cargos de gerência e supervisão. O que queremos é conquistar igual tratamento para quem é bancário”, defende.

> Cinco anos a espera de uma chance

A apresentação oficial do cronograma do censo do Mapa da Diversidade ao movimento sindical está prevista para 21 de fevereiro. “Será um desafio fazer o debate com os trabalhadores. Mas ressaltamos que o resultado será essencial para avaliar o que mudou da realização do último censo até agora. Desta forma, cobraremos dos bancos as melhorias para a categoria”, explica Neiva.

O grupo de trabalho sobre o Mapa da Diversidade é conquista da Campanha Nacional Unificada 2013 e faz parte da convenção coletiva.

Edição anterior – O primeiro censo da categoria bancária foi respondido por 202.460 trabalhadores. Os dados foram cruzados e, à época, o resultado apontou, entre outras questões, que as mulheres ganhavam salários menores mesmo com iguais cargos; que 81% dos cargos de supervisão são de homens; que faltava acessibilidade nos bancos para pessoas com deficiência; que apenas 2,3% dos bancários são negros.

“Esperamos comparar e ver avanços, pois se passaram seis anos da aplicação do último censo. No entanto, infelizmente, não vemos muitas melhorias no dia a dia da categoria, que ainda sofre muito com a desigualdade. Convocamos os bancários a responderem o questionamento a partir de março para colaborar na mudança dessa triste realidade nos bancos”, conclui Neiva.


Gisele Coutinho – 30/1/2014

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