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Gerentes PF e PJ sofrem com mudanças no Bradesco

Linha fina
Enquanto banco promove em suas propagandas sentimentos bons como sonhar e sorrir, bancários são obrigados a fazer até 50 visitas por semana a clientes utilizando trem e metrô
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São Paulo – O Bradesco promoveu alterações nas gerências regionais e na diretoria e isso está causando transtornos aos gerentes pessoa física e, principalmente, aos pessoa jurídica. Esses profissionais foram obrigados a aumentar o número de visitas a clientes.

“E a exigência tem de ser cumprida à risca. Por exemplo: um gerente PJ deve fazer quatro a seis visitas em apenas um dia, o que significa cerca de 25 por semana. Em alguns casos, gerentes PJ devem fazer 50 visitas por semana. Um absurdo e total desrespeito”, relata o diretor do Sindicato Alexandre Bertazzo.

Ele explica que os gerentes PF, além de atender clientes na agência e vender produtos bancários, também devem fazer visitas e ainda ligar para clientes de sua carteira oferecendo o produto da campanha do mês. “O banco praticamente triplicou a meta mensal sem critério algum. Os trabalhadores estão adoecendo diante de tamanha pressão. É importante que os bancários que passam por situações como essas denunciem ao Sindicato, procurem um dirigente”, ressalta Bertazzo.

Transporte – Para aumentar o desgaste físico desses trabalhadores que vão de lá pra cá durante as visitas, o banco orientou, via comunicação interna, que devem utilizar transporte público para esse trabalho. “O trabalhador terá de se locomover enfrentando as tantas falhas nos trens e metrôs de São Paulo, o trânsito, e lidar com as metas que deve cumprir”, protesta o dirigente sindical.

A segunda opção é o veículo particular. “Nesse caso, o Bradesco oferece R$ 0,65 de combustível por quilômetro. Mas não se compromete com o desgaste do automóvel, o risco de assaltos ou qualquer outra adversidade”, critica.

Áudio-conferências – “Baixaria e ofensas. É assim que podemos classificar o tratamento dado aos gerentes quando o assunto é cobrar metas”, explica Bertazzo sobre a pressão exagerada feita pelo banco por meio de conferências telefônicas. “Os gerentes que não conseguem alcançar as metas abusivas chegam a ser ofendidos. As cobranças são feitas cerca de três vezes em um mesmo dia.”

O lucro do Bradesco aumentou 5,9% em relação ao mesmo período de 2012, alcançando R$ 12,202 bilhões. No entanto, a instituição financeira diminuiu o número de bancários em 1.877 trabalhadores em apenas 12 meses. “A campanha publicitária do banco mostra o que é ser ‘BRA’, se referindo à instituição e também ao país. Nas propagandas, sorrir é BRA, música é BRA, sonhar é tudo de BRA. E tratar seus gerentes com dignidade, respeito, sem abusar das metas e colocando a saúde e bem estar em primeiro lugar? Valorizar o funcionário é tudo de BRA, e caso a situação dos gerentes não melhore, vamos protestar na porta das agências do Bradesco. Afinal, exercer o direito democrático de lutar por melhores condições de trabalho também é tudo de BRA”, finaliza Bertazzo.


Gisele Coutinho – 2/4/2014

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