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Caixas do Itaú enfrentam injustiça do Trilhas

Linha fina
Ao mesmo tempo em que bancários precisam atingir metas no caixa, são direcionados ao autoatendimento, onde vendem produtos, mas não é possível entrar em sistema para pontuar
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São Paulo – O nome do mecanismo de avaliação trimestral dos caixas do Itaú é Trilhas de Carreira. Mas os bancários ainda não sabem aonde esta trilha vai dar. Por enquanto, o destino parece ser o adoecimento, uma vez que os trabalhadores são castigados por problemas técnicos que os impedem de cumprir as etapas do programa. Com metas cada vez mais altas, a pressão pode adoecer.

No programa, o funcionário ganha nota de 1 a 5 sobre seu desempenho. São levadas em consideração na avaliação a produtividade (vendas de crédito, produtos, consignado, PIC, seguros e afins) e a qualidade do atendimento ao cliente, entre outros pontos. Quem fica abaixo da média 3 está “inapto” e pode ser demitido. Já quem alcança a nota 5 está apto a desenvolvimento ou promoção.

Mas o que é preciso para alcançar as metas? Basicamente, vender produtos no caixa e atingir bons números de autenticações. No entanto, os caixas precisam sair do seu posto de trabalho para ficar no autoatendimento, onde também é possível vender produtos, mas não ganhar pontuação por isso. “Alguns gestores alegam que o funcionário no autoatendimento pode alavancar a nota dele por conta do Agir da agência. No entanto, esse item representa apenas 15% na nota final do Trilhas”, explica a diretora do Sindicato Márcia Basqueira.

“O trabalhador não consegue efetuar o login pelo caixa eletrônico, e sabemos que esse aperfeiçoamento tecnológico irá demorar de três a seis meses. Enquanto isso, o caixa interrompe o trabalho que renderia vendas e autenticações e passa a pontuar somente no Agir, ou seja, para a agência, e não para ele”, ressalta a dirigente sindical.

Para Márcia, por enquanto o programa serve apenas para tornar as metas ainda mais difíceis de alcançar. “O método de avaliação é injusto. Nossa reivindicação ao banco é que enquanto a mudança no sistema não for feita, os trabalhadores não devem ser direcionados ao autoatendimento”, destaca.

“É uma estratégia para aumentar a produtividade do banco, mas sem levar em consideração as pessoas que estão por trás desse processo. O resultado também prejudicará o Itaú, pois trabalhar doente, afastado pelo INSS, é responsabilidade da empresa, e os adoecidos poderão até entrar com ações trabalhistas comprovando que o adoecimento foi ocupacional. A ambição desenfreada resulta em um pensamento equivocado de gestão e o maior lesado é o funcionário”, conclui a dirigente.

Aprendizes – Outro problema denunciado é que em algumas agências de maior porte quem fica no autoatendimento são jovens aprendizes, assistentes de autoatendimento ou estagiários. “E por qual motivo nas agências de pequeno porte é necessário que o caixa ou até mesmo o gerente operacional cuide dessa área? Esta diferenciação provoca um desconforto, já que a direção do banco coloca alguns em situação melhor que outros. Todos deveriam ter condições iguais em seus cargos, independente do porte da agência”, critica Márcia.

A orientação do Sindicato para os bancários é que não deixem o caixa enquanto o sistema não mudar e não for possível fazer o login nos terminais de autoatendimento. Caso sejam pressionados, devem entrar em contato pelo 3188-5200 e procurar um dirigente sindical do Itaú, ou pelo Fale Conosco escolhendo o setor “site” .


Gisele Coutinho – 4/4/2014

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