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Fim dos ambulatórios gera protesto no Itaú

Linha fina
Banco anuncia extinção do serviço em duas concentrações e Sindicato reage, parando atividades nos locais
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São Paulo – O Itaú recentemente anunciou que vai fechar os ambulatórios dos Centros Administrativos Vila Mariana e Teodoro Sampaio, em São Paulo, até o dia 17 de abril. O Sindicato reagiu paralisando as atividades das duas concentrações na segunda-feira 14.

A decisão pegou os funcionários de surpresa e gerou muita indignação. “O fechamento do ambulatório, para mim, pode significar risco de óbito”, afirmou um bancário do CA Vila Mariana (foto à direita). Ele sofre de bronquite crônica e já foi prejudicado anteriormente por causa das limitações no horário de atendimento.

“Tive uma crise na parte da manhã, quando o ambulatório ainda não estava aberto. A enfermeira estava lá, mas disse que não poderia me atender, porque estava cumprindo ordens. Meu chefe ficou desesperado e teve que me levar até um hospital no carro dele.”

O mesmo bancário relata que vários colegas seus precisam do ambulatório. “Conheço funcionários que sofrem de pressão alta, crises respiratórias. Estão todos muito assustados com o fim do serviço, mesmo não sendo bom. Eles chegam até a limitar o número de inalações por funcionário”, afirma.

Segundo o dirigente sindical Sérgio Lopes, o Serginho, o banco alegou corte de custos para justificar a extinção do serviço. “O Itaú lucrou quase R$ 16 bilhões no ano passado. Isso não é justificativa. Estamos esperando um sinal do banco para discutir essa decisão unilateral e sem negociação. Queremos respeito aos funcionários e condições dignas de trabalho.”

Descaso – Para o diretor executivo do Sindicato Carlos Damarindo, o fechamento dos ambulatórios é só mais um exemplo do descaso do banco com seus funcionários.

“Desde 2008, quando houve a fusão com o Unibanco, o Itaú cortou mais de 30 mil postos de trabalho. O [equivalente ao] Unibanco inteiro foi demitido. O banco adota uma política de demitir para recontratar pagando menos, e ainda terceirizam as atividades-fim”, critica o dirigente.

Damarindo ressaltou a insatisfação dos funcionários com as regras dos programas próprios de remuneração. “As metas aumentam a cada semana, impedindo a remuneração por meio do Agir e Prad. O fechamento do último semestre deixou preocupados muitos bancários que não atingiram as metas e agora estão à mercê da política de retaliação do banco.”

Só um número – Uma bancária que assistia ao protesto concordou e reforçou: “Quem não atinge as metas está na rua. Para eles somos só um número. O lucro do banco cresceu, mas a remuneração variável diminuiu. Compensa cada vez menos trabalhar no Itaú. Eu aguento porque tenho família para sustentar”, desabafou, completando que considera um erro o encerramento dos ambulatórios.

“Estão brincando com a saúde dos trabalhadores. O Itaú lucrou tanto no ano passado, graças ao esforço dos funcionários. Não custa nada investir na nossa saúde. Vai ser vantajoso para o próprio banco. A prevenção é sempre o melhor remédio”, reforça a bancária.


Rodolfo Wrolli – 14/4/2014

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