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HSBC enfrenta Dia Nacional de Luta

Linha fina
Movimento sindical promove protestos em todo o país contra demissões e fechamento de agências; não pagamento da PLR e falta de condições de trabalho também foram ressaltados
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São Paulo – Para protestar contra o processo de reestruturação do HSBC, que vai acarretar no fechamento de 20 agências e demissão de dezenas de funcionários, o movimento sindical realizou um dia nacional de luta, promovendo a paralisação de várias unidades bancárias em todo o país.

> Fotos: galeria da mobilização

Em São Paulo, o Sindicato concentrou os protestos da quarta-feira 23 em torno do corredor da Avenida Faria Lima, um dos principais centros financeiros do país. O ato paralisou cinco agências e culminou com uma manifestação em frente ao Tower, prédio que sedia a diretoria do HSBC.

Não só a recém-anunciada reestruturação foi lembrada pelos dirigentes sindicais. Problemas como assédio moral, cobranças abusivas por metas, não pagamento da PLR e falta de condições de trabalho também foram lembrados pelos dirigentes.

“É lamentável que a gente tenha que voltar com frequência aqui [no Tower] para denunciar os desrespeitos do banco aos trabalhadores”, afirmou o dirigente sindical Paulo Sobrinho.

“Alguns prédios como o Casp estão caindo aos pedaços, os bancários trabalham com um sistema operacional defasado, que muitas vezes impede a liberação de crédito, o número de agências e funcionários está diminuindo, tudo isso faz com que os clientes migrem para outro banco e o HSBC encolha”, ilustrou o dirigente.

O HSBC começou a operar no Brasil em 1997, ao adquirir o banco Bamerindus. A instituição estrangeira herdou 1.201 agências. Hoje, dispõe de 866 unidades, contando com as 20 que serão fechadas até o final de abril.

"Dá medo [a reestruturação]. Você quer comprar um carro, um imóvel, e não pode, porque não sabe se vai continuar no emprego”, afirmou o bancário de uma das agências paralisadas.

Outro bancário conta que até pouco tempo havia três caixas na sua agência. Hoje a unidade conta com apenas um. “O banco demite e não repõe. Essa falta de funcionários prejudica o atendimento e afasta os clientes. Ainda bem que a gente [bancários] se ajuda aqui na agência, porque os banqueiros mesmo só querem saber de lucrar em cima da gente”, completa.

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Lucro X PLR – O HSBC é um dos maiores bancos do mundo. Em 2013, seu lucro mundial atingiu R$ 37 bilhões. Os bancários brasileiros, no entanto, não tiveram sua parte do resultado colossal.

“A segunda parcela do PPR (Programa Próprio de Resultados) foi de R$ 180. E o HSBC ainda esconde seus balanços. Nem sabemos ao certo quanto ele lucrou”, reclama um bancário.

Em 2013, o HSBC anunciou lucro líquido de R$ 411 milhões no Brasil e discriminou no seu balanço a despesa de R$ 295 milhões com Participação nos Lucros e Resultados (PLR). No entanto, só usou R$ 90 milhões para bonificar os bancários, subtraindo R$ 205 milhões desta conta. Dessa forma, os trabalhadores deixaram de receber a segunda parcela da PLR, tendo apenas um abono de R$ 1.800, conquistado pelo Sindicato. 

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“É isso que estamos cobrando do banco: transparência com os números, que respeite seus trabalhadores e, principalmente, o fim das demissões e do fechamento de agências. Os protestos vÊm acontecendo há pelo menos dois meses e vão continuar enquanto o banco não mudar sua política de reestruturação e não respeitar seus funcionários”, afirmou o dirigente Paulo Sobrinho.


Rodolfo Wrolli – 23/4/2014

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