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Bradesco lucra 18% a mais, com demissões

Linha fina
Segundo maior banco privado do país apresenta maior lucro trimestral com redução no número de funcionários
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São Paulo – O Bradesco abriu a temporada de divulgação de balanços do primeiro trimestre na quinta 24, com números gigantes que, entretanto, não significam retorno à sociedade em termos de emprego.

O segundo maior banco privado no país teve lucro líquido de R$ 3,47 bilhões, variação de 18% em relação aos R$ 2,94 bilhões de janeiro a março de 2013, surpreendendo até mesmo as expectativas do mercado. O retorno sobre o patrimônio líquido médio recorrente, outro indicador importante da rentabilidade, chegou a 20,5%, o melhor nível dos últimos sete trimestres, segundo o banco.

Os números mostram também a perversidade das cifras já que, ao lado de lucros enormes, a instituição acabou com 944 empregos de janeiro a março, totalizando o fechamento de 3,25 mil postos de trabalho nos últimos doze meses. Em vez de ampliar postos de trabalho para melhor atendimento à população, o Bradesco reduziu seu quadro de pessoal para 99.545 trabalhadores.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destaca que o resultado divulgado pelo banco é o maior lucro trimestral da história. “E, ao mesmo tempo, o banco fecha postos de trabalho. Não podemos aceitar essa situação, que está na contramão da economia brasileira”, afirma, ao se referir aos aumentos das taxas de emprego observadas no país nos últimos anos.

Outros números – As receitas de prestação de serviços seguiram a expansão volumosa, ao crescer 15% entre o primeiro trimestre de 2014 e o mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 5,28 bilhões.

A carteira de crédito teve evolução de 10,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, atingindo R$ 432,29 bi. Desse montante, observou-se crescimento de 11,5% nas operações com pessoas físicas e 9,9% nas operações com empresas.

Do lucro líquido, 70% foram provenientes das atividades financeiras, correspondendo a R$ 2,43 bilhões, e 30% por atividades de seguros, previdência e capitalização, representando R$ 1,04 bilhão. Os ativos totais tiveram crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2013, ao registrar em março saldo de R$ 922,23 bilhões.

A inadimplência, índice medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, foi 0,6% menor que no último ano, registrando 3,4%. Com isso, o Bradesco economizou com provisões para perdas com crédito, cujas despesas caíram 8% nesse período.


Mariana Castro Alves – 24/4/2014

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