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Caixa tem lucro 15% maior com mais clientes

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Crescimento de correntistas, um dos fatores a contribuir com o lucro trimestral de R$ 1,5 bilhão, foi mais que o dobro do aumento do número de empregos abertos pela instituição
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São Paulo – A Caixa Federal apresentou lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2014, crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período de 2013, conforme balanço divulgado na quarta 21.

Em 12 meses, o banco público mostrou aumento de lucros com crescimento de clientes e de empregados.

Mas, enquanto o número de clientes cresceu 10,8% e o número de contas aumentou 12,4% em um ano, a quantidade de postos de trabalho se expandiu bem menos: 5,2%, no mesmo período. Esse é o principal destaque feito pelo Sindicato.

"Todos os bancos deveriam prestar seu serviço social e não só visar o lucro. A Caixa deve crescer pelo seu viés de banco do social e não buscar concorrência pela lucratividade com o mercado. Ela deve prestar seu serviço à sociedade com mais qualidade, com mais e melhor atendimento à população. Ainda faltam empregados nas agências e sempre há muito trabalho, por isso, a contratação deveria ser maior", afirma o dirigente sindical Dionísio Reis.

Lucros – O balanço mostra que o crescimento da lucratividade veio do aumento das receitas de crédito, de tarifas e de títulos.

As receitas financeiras de crédito subiram 46,4%, totalizando R$ 14,5 bilhões, e foram reflexo do crescimento de 33,1% da carteira.

Já os ganhos vindos de prestação de serviços e tarifas aumentaram 13,4% e foram influenciados pelo acréscimo de volume de negócios com clientes.

Outro fator a contribuir com o lucro foi o crescimento em 51,3% do resultado de tesouraria (TVM), operações de títulos e valores mobiliários, que alcançou R$ 6,1 bilhões. O avanço desse item, que resulta das transações com títulos públicos e privados, explica-se, em grande parte, aos últimos aumentos da Selic, taxa básica de juros da economia.

O resultado bruto da intermediação financeira alcançou R$ 5,8 bilhões, um crescimento de 28,9% em relação ao primeiro trimestre de 2013. O resultado operacional foi de R$ 2 bilhões, um avanço de 42,9 % em 12 meses.

Por sua vez, o patrimônio líquido totalizou saldo de R$ 34,7 bilhões no primeiro trimestre de 2014, uma variação de 38,7%. Já os ativos totais administrados, que compreende toda a destinação de recursos da instituição, seja com recursos próprios ou de terceiros, alcançaram R$ 1,6 trilhão, variação de 24,4%, todos em relação ao 1º trimestre de 2013.

Empregos – Os lucros também vieram com expansão de vagas – ao contrário do que demonstram as instituições financeiras que, querendo ganhar mais, equivocadamente aplicam medidas de redução de custos e empregos.

O número de empregados na Caixa cresceu 5,2% em um ano, passando de 94.406 mil para 99.299 mil, em março de 2014. O aumento de 4.893 postos de trabalho, em 12 meses, desbanca inclusive o Banco do Brasil, que reduziu 1.492 vagas, no mesmo período.

"Embora tenha expandido vagas, na nossa avaliação, esse aumento vem em quantidade e velocidade menor do que necessário", analisa o dirigente Dionísio Reis.

As despesas de pessoal alcançaram R$ 4,3 bilhões e evoluíram 14,9%, frente ao registrado no primeiro trimestre de 2013.

Clientes – De janeiro a março, mais de 2,1 milhões de correntistas e poupadores foram conquistados pelo banco. No total, são 73,7 milhões na base de clientes da instituição. O número representa um crescimento de 10,8%.

As receitas de prestação de serviços e rendas de tarifas bancárias registraram R$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2014, valor 13,4% superior, também influenciado pelo aumento do volume de negócios.

Para o dirigente sindical Dionísio, o aumento do número de clientes na Caixa se dá pela expansão de correspondentes bancários, em grande parte. De acordo ele, isso impactaria nos lucros, mas, sem mais funcionários nas agências, não representaria melhores condições de trabalho para a categoria bancária nem melhor atendimento para os correntistas.

"O número de atendimentos em agências manteve-se, apesar do crescimento da quantidade de agências. A Caixa esteve oito vezes entre os cinco bancos mais reclamados pelo Banco Central, em 12 meses, de março de 2013 a março de 2014. Isso significa que o atendimento nas agências ainda tem muito que melhorar. Esse é o motivo do Sindicato reivindicar mais bancários e insistir em melhores condições de trabalho", destaca o dirigente.

Nos primeiros três meses do ano passado, com a receita de prestação de serviços e tarifas, era possível pagar 100,3% do pessoal. No primeiro trimestre de 2014, essa receita – que é secundária num banco – passou a cobrir 99,3% do investimento em pessoal.

Crédito – Como empresa pública, os números da Caixa revelam a injeção de mais de R$ 151,8 bilhões na economia brasileira, por meio de contratações de crédito, distribuição de benefícios sociais, investimentos em infraestrutura própria, remuneração de pessoal, dentre outros.

No que se relaciona ao crédito, importante para o desenvolvimento econômico de um país, o saldo em carteira atingiu R$ 519,8 bilhões, crescimento de 33,1% em 12 meses, com participação de 18,6% no mercado, no trimestre.

De janeiro a março, a Caixa foi responsável por 57,7% do crescimento ocorrido em todo o sistema financeiro, mantendo a liderança no crédito habitacional, com 67,6% de participação de mercado.

Já as operações de infraestrutura alcançaram saldo de R$ 39,8 bilhões, com evolução de 50,9% no ano.

Os recursos do crédito rural cresceram bastante, passando de R$ 207 milhões para R$ 2,7 bilhões, nos últimos 12 meses. Isso significa mais dinheiro para a agricultura, a pecuária e projetos de infraestrutura rural. Do mesmo jeito, os empréstimos destinados ao comércio atingiram o saldo de R$ 180,6 bilhões, com destaque para o crescimento do crédito consignado, que teve aumento de 30,3% em 12 meses, atingindo saldo de R$ 48,9 bilhões.

Mais confiança - O montante que o banco reserva para possíveis devedores aumentou pouco se comparado com o crescimento do crédito, algo que demonstra confiança na economia.

As despesas com provisão para devedores duvidosos totalizaram R$ 2,5 bilhões, aumento de 19,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2013, e em velocidade inferior ao crescimento da carteira e das receitas de crédito de 33,1% e 46,4%, respectivamente.


Mariana Castro Alves – 22/5/2014
 

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