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Vila Santander adere à jornada contra demissões

Linha fina
Protesto integra jornada internacional de lutas, movimento que pressiona o Santander a interromper o processo de dispensas, corte de empregos e fechamento de agências
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São Paulo – A Jornada Internacional de lutas contra as demissões do Santander Brasil atingiu a Vila Santander, concentração que abriga o call center do banco. O movimento cobra o fim das demissões, a contratação de mais funcionários e melhores condições de trabalho.

O objetivo é fortalecer a mobilização objetivando pressionar o banco a interromper o processo de dispensas, eliminação de postos de trabalho e fechamento de agências.

Entre março de 2013 e março de 2014, o Santander extinguiu 4.833 vagas no Brasil, país onde os funcionários são resposáveis por 20% do lucro mundial do banco espanhol.  O número de trabalhadores, que era de 53.484 em março de 2013, chegou a março deste ano em 48.651.

A dirigente sindical Carmen Meirelles destaca que os bancários da Vila Santander Paulista também estão preocupados com as demissões. “É um fantasma que assombra prédios administrativos e agências. O banco lidera o ranking de reclamações do Banco Central. A única maneira de acabar com isso e dar atendimento satisfatório para o cliente é contratar mais ao invés de demitir.”

No ano passado, a instituição espanhola liderou em oito dos 12 meses o ranking do Banco Central que mede as reclamações de clientes. Em 2014, o banco segue a mesma trilha, figurando no topo em quatro dos primeiros cinco meses do ano.

Não é difícil entender o porquê: "Não podemos demorar mais de um  minuto em cada ligação, mesmo que o problema do cliente não tenha sido resolvido", relata uma funcionária do call center.  "O que importa é o volume de ligações e não a qualidade do atendimento. Não conseguimos ter uma relação com o cliente. O que os gestores querem é quantidade", acrescenta.

Entre as principais queixas na Vila Santander Paulista estão a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas, com aumento delas de uma hora para a outra, desrespeito à pausa de 10 minutos para descanso e controle de idas ao banheiro, horários flutuantes para a pausa de 20 minutos do lanche, sobrecarga de trabalho e acúmulo de funções.

“O banco vai na contramão do bom senso e só aumenta a insatisfação de funcionários e clientes”, critica a diretora do sindicato Carmen Meirelles.  “As agências funcionam com mesas vazias e vários guichês de caixa, mas gente para atender não tem. Os que sobrevivem nessa selva que é a instituição financeira já não sabem mais o que fazer”, acrescenta.

Carmen atribui a esse cenário os inúmeros casos de adoecimento. “Todos os dias tem bancários se afastando por causa do péssimo ambiente de trabalho. Em meio a essa triste realidade o Sindicato cobrou novamente reunião com presidente do Santander no Brasil”, finaliza a dirigente.

Luta internacional – A campanha contra as demissões na instituição espanhola foi planejada na 10ª Reunião Conjunta de Rede Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada em Lima, no Peru, nos dias 5 e 6 de junho.

Participaram do encontro dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México, além de representantes das Comissiones Obreras (CCOO) e da UGT, as duas principais centrais sindicais da Espanha. A indignação geral causada pela gestão equivocada do banco no Brasil gerou a promoção da campanha internacional contra as demissões, que teve início na sexta-feira 27.


Rodolfo Wrolli – 2/7/2014

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