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Gestores do Itaú dificultam férias

Linha fina
Funcionários reclamam que estão sendo pressionados a não tirar os 30 dias assegurados pela lei
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São Paulo – Uma das conquistas mais caras à classe trabalhadora está sendo desrespeitada no Itaú. Diversos bancários reclamaram a dirigentes e ao departamento jurídico do Sindicato que os gestores têm pressionado para que eles não tirem os 30 dias de férias a que têm direito.

“Os funcionários contam que ficam inibidos de pedir para usufruir dos 30 dias, por isto acabam tirando 20 e vendendo os outros dez, mesmo contra a sua vontade. Uma bancária me contou que ficou com a consciência pesada de tirar um mês, ficava pensando na quantidade de e-mails para responder e acabou negociando só 20 dias. É um desrespeito ao trabalhador e um atentado à sua qualidade de vida”, denuncia a diretora executiva do Sindicato Marta Soares.

Marta avalia que isso é fruto da falta de funcionários e das metas cada vez maiores. “É mais uma consequência da política de demissões que o Itaú vem praticando, apesar do lucro bilionário. Como faltam bancários nas agências e departamentos, os gestores pressionam para que encurtem as férias. Além disso, as agências têm metas absurdas e a falta de um funcionário prejudica o rendimento da unidade, mais um motivo para que os gerentes incitem os trabalhadores a abrir mão de seu descanso.”

Lucro e demissões - Apenas no primeiro trimestre deste ano, o Itaú alcançou lucro líquido de R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 29% em relação aos primeiros três meses de 2013. No mesmo período, cortou 733 vagas de emprego em todo o país. Considerando os últimos 12 meses, já são 2.759 postos de trabalho extintos no maior banco privado do país.

> Lucro do Itaú cresce 29% no primeiro trimestre

Circular – Em reunião da Comissão de Empresa (COE), na quarta-feira 2, o problema foi colocado em discussão e o diretor de relações sindicais informou que o banco havia feito um comunicado referente ao direito de férias, mas dirigido apenas aos gestores. Os representantes dos trabalhadores cobraram que a circular fosse enviada a todos os funcionários e divulgada no portal do banco.

> Itaú tenta justificar demissões, mas não convence

A nota do banco reitera o direito de 30 dias de férias dos funcionários e a possibilidade, garantida por lei, de gozar apenas 20 dias e abonar dez. “Isso é verdade, mas desde que seja de livre vontade do trabalhador, e não sob pressão do empregador”, ressalta Marta.


Andréa Ponte Souza – 7/7/2014

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