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Dilma apoia trabalhadores no banco dos Brics

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Presidenta se comprometeu a defender assento para centrais sindicais no recém-criado banco de desenvolvimento do bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
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São Paulo – “É uma questão de simetria. Se os empresários podem fazer o seu fórum, que ocorre em paralelo à reunião do Brics e apresentar suas propostas, os trabalhadores também têm esse direito.” Foi assim que a presidenta Dilma Rousseff declarou seu apoio à participação de sindicalistas no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A reivindicação foi levada à presidenta por centrais sindicais de todos os países que compõem o bloco, durante a 6ª Conferência de Cúpula do Brics, em Fortaleza, na terça-feira 15. “Na próxima reunião acho que já dá para vocês participarem. Eu assumo com vocês esse compromisso”, declarou.

O NBD foi criado também na terça 15, após dois anos de negociações. Sua sede será na China e a primeira presidência ficará com a Índia. O Brasil assumirá a segunda, após cinco anos. O capital inicial do banco é de US$ 50 bilhões. Além disso, será criado um fundo com US$ 100 bilhões para garantir estabilidade em momentos de crise mundial ou ataque especulativo.

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, felicitou a posição da líder brasileira que, segundo ele, contribui para o equilíbrio na “correlação de forças na disputa entre capital e trabalho”.

Para o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felício, a postura da presidenta aponta para a “valorização da negociação coletiva. É um reconhecimento de que na sociedade existem duas partes em contradição permanente, os empresários e os trabalhadores, que devem ter direito ao mesmo espaço de debate e de proposta”.

Segundo Dilma, o banco dos Brics terá um papel mais democrático e plural em apoio a países em desenvolvimento, que normalmente encontram dificuldades com as condições impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. “Fizemos (o banco) para possibilitar investimentos, para dar uma rede de proteção ao grupo Brics e olhar com toda generosidade para os países em desenvolvimento”, disse em entrevista à imprensa. Na ocasião, a presidenta também lembrou que o Brasil deixou de ser devedor para ser credor do FMI em 2009.

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Concorrente – Para o cientista político Paulo Vannuchi, integrantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), a criação de um banco de desenvolvimento próprio dos Brics “é uma saída estratégica indispensável porque é uma maneira de dizer que nós não precisamos ficar dependendo dessa fonte única de investimento (FMI e Banco Mundial). Os Estados Unidos e a União Europeia já têm muita riqueza, não precisam manejar ao seu bel-prazer os organismos de financiamento mundial, e agora passam a ter um concorrente.”


Redação, com informações da CUT e Rede Brasil Atual – 16/7/2014

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