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Santander diz que punirá autores de comunicado

Linha fina
Presidente do banco reconhece viés político da mensagem e afirma que já foram prestados esclarecimentos a autoridades e à própria presidenta Dilma. Sindicato vai denunciar 'gestão temerária'
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São Paulo – O presidente do Santander, Emilio Botín, afirmou neste domingo 27 que a instituição já se desculpou por um comunicado enviado pelo banco a clientes no Brasil com renda superior a R$ 10 mil e que dizia que uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff poderia ter efeitos negativos para a economia. Botín esclareceu que o texto "não é do banco", mas de um analista que o elaborou e enviou "sem consultar" seus superiores. Ele declarou que a divisão brasileira do banco tomou "as medidas cabíveis", sem especificá-las. Segundo Botín, o presidente do banco no Brasil, Jésus Zabalza, já prestou esclarecimentos a autoridades e à presidenta Dilma.

Em contraponto ao comunicado de cunho político-partidário, Botín reafirmou na segunda 28 sua aposta no Brasil e garantiu que continuará a investir no país. A afirmação foi feita no Rio de Janeiro, em entrevista coletiva por ocasião da apresentação da plataforma educativa MiríadaX, patrocinada pelo banco e pela também espanhola Telefônica.

O banco também enviou comunicado informando aos seus clientes que a mensagem anterior não reflete a postura da instituição e admitindo que o texto continha viés político. "O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviadas aos clientes restinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário", diz nota colocada com destaque no site do banco.

Depois da trapalhada, o Santander enfrenta uma crise de imagem, especialmente nas redes sociais, com mensagens críticas à sua postura no país, por seu alto lucro, pela postura com funcionários e até por mau atendimento. A prefeitura de Osasco, por exemplo, rescindiu contrato que tinha para pagamento de tributos municipais e indicará nova instituição aos munícipes em 30 dias.

Acompanhando a posição de Botín, o presidente da Telefônica, César Alierta, também colocou panos quentes na situação: "O Brasil vai ter um crescimento espetacular. Os governantes deste país fizeram um trabalho espetacular. O Brasil passou a ser uma referência mundial. Os brasileiros têm que estar orgulhosos". Os executivos disseram que estão "convencidos de que o futuro do Brasil é espetacular".

Alierta lembrou que as duas companhias decidiram investir no Brasil quando o clima econômico não era propício. "Se há duas companhias que investiram no Brasil somos o Santander e a Telefônica. Investimos quando ninguém queria investir. Quando Lula (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) ganhou as eleições (em 2002) e todos queriam vender, e nós investimos", ressaltou Alierta.

Botín ressaltou que o Banco Santander investiu US$ 27 bilhões no país e o classificou como "um objetivo prioritário" para sua empresa, que obtém no Brasil 20% de seu lucro total. "Continuamos investindo e incentivando todo mundo para que invista no Brasil", afirmou.

Gestão temerária - O Sindicato informou na sexta-feira 25 que fará reclamação formal a Botín, contra a gestão do presidente da instituição espanhola no Brasil, Jésus Zabalza.

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Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 28/7/2014

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