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Conferência aprova moção contra Santander

Linha fina
Sindicato também fará reclamação formal à presidência do grupo contra carta enviada a clientes vip associando crescimento de Dilma nas pesquisas eleitorais a problemas na economia do país
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São Paulo - Os 634 delegados da Conferência Nacional dos Bancários aprovaram moção contra a atitude do Santander de enviar carta a seus clientes de alta renda na qual associa o possível crescimento da candidata à reeleição para a Presidência da República, Dilma Rousseff, nas pesquisas de intenção de voto, a problemas como desvalorização do câmbio, juros altos e queda na Bovespa.

> Leia a moção de repúdio aprovada pela conferência

“Consideramos o gesto irresponsável, não só com a economia, mas com a democracia brasileira. Uma instituição desse porte não pode praticar especulação, agredir a imagem do país e pôr em dúvida a nossa estabilidade. Vivemos uma situação de cenário mundial complicado, mas com crescimento sustentável, inflação controlada, juros estáveis, geração de empregos e elevação da renda. É inaceitável essa ingerência (...) tentando influenciar a disputa eleitoral contra a vontade soberana do povo que irá às urnas em 5 de outubro”, diz o documento.

O Sindicato também tomará providências: fará reclamação formal ao presidente mundial do grupo espanhol, Emilio Botín, contra a “gestão temerária” do presidente da instituição no Brasil, Jésus Zabalza.

> Sindicato denunciará Santander Brasil na Espanha

“Um grande banco que está aqui há 14 anos, ao apostar contra o país onde obtém um quarto de seu lucro mundial revela-se, ele sim, um perigo para seus acionistas”, criticou a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa.

O comunicado aos clientes do segmento Select, com renda mensal acima de R$ 10 mil, foi divulgado pela imprensa na sexta-feira 25. E a revolta pode ser medida pela repercussão nas redes sociais na internet. Após a polêmica, o Santander pediu desculpas em nota com destaque na capa de seu site, admitindo o “viés político e partidário” da carta e afirmando que ela “feriu a diretriz do banco”.

No domingo 27, Emílio Botín disse que o informe não é do banco, mas de um analista, e que todos os envolvidos seriam demitidos, após o caso ser apurado. Disse ainda que Zabalza já prestou esclarecimento a autoridades e à presidenta Dilma.

Outras moções – Além do repúdio à atitude do Santander, a Conferência aprovou outras moções: de apoio ao aumento no número de profissionais na Caixa Federal; de repúdio às demissões dos metroviários de São Paulo; apoio à greve dos professores da Universidade de São Paulo; repúdio à criminalização dos movimentos sociais; e condenando o assassinato em massa do povo palestino.


Redação - 28/7/2014

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