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Mais de 30 mortes em assaltos no primeiro semestre

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Crescimento foi de 39,1% em relação ao mesmo período de 2011; São Paulo lidera com 38,7% dos casos
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São Paulo – Transações financeiras seguem vitimando pessoas no Brasil. Levantamento nacional apontou que no primeiro semestre de 2014 ocorreram 32 mortes relacionadas a bancos, média de 5,33 vítimas fatais por mês, o que representa aumento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2013, quando foram registradas 30 mortes. Desde os primeiros seis meses de 2011, o crescimento foi de 39,1%. Em todo o ano passado ocorreram 65 mortes.

A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e com apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

São Paulo segue liderando o levantamento com 12 mortes, o que representa 38,7% dos casos. Rio de Janeiro (4), Pernambuco (3), Minas Gerais (2), Paraná (2), Goiás (2) e Paraíba (2) são os estados que vêm em seguida.

O crime da “saidinha de banco” aumentou ainda mais a liderança entre os tipos de ocorrências, tendo provocado 20 mortes, o que representa 62,5% dos casos. O assalto a correspondentes bancários segue em segundo lugar, agora ao lado dos ataques a caixas eletrônicos, ambos com quatro mortes, o que significa 12,5% das vítimas fatais. Depois, vem mortes em assaltos a agências (3) e transporte de valores (1).

Assim como cresceram as mortes em “saidinha de banco”, aumentaram também os clientes como as maiores vítimas: 22 pessoas do total, o que significa 68,8% dos assassinatos. Em seguida vêm policiais (2), vigilante (1) e outras pessoas (7), muitas vítimas de balas perdidas em tiroteios.

A pesquisa também revela a faixa etária das vítimas, quase sempre identificada nas notícias da imprensa. Pela primeira vez, as pessoas com mais de 60 anos foram as principais, com 10 mortes, o que representa 31,3% dos casos. Em segundo lugar vem a faixa entre 31 a 40 anos com nove mortes (28,1%), seguida pela faixa até 30 anos, com seis mortes (18,8%).

Já o gênero das vítimas continua sendo liderado pelos homens (29), o que representa 90,6% dos casos. Também foram assassinadas três mulheres (9,4%).
Falta de investimento – Para o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo, essas mortes poderiam ser evitadas se os bancos investissem mais em segurança. “Os bancos, para aumentarem seus lucros, diminuem os gastos, mas eles precisam entender que quando se trata de segurança, não existem gastos e sim investimentos na proteção da vida humana. ”

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Segundo dados do Dieese, os seis maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram lucros de R$ 56,7 bilhões em 2013. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,4 bilhões, o que significa 6%, em média, na comparação com os lucros.

Para piorar, essas instituições descumprem seguidamente a lei federal nº 7.102/83 que tem mais de 30 anos e se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. No primeiro semestre deste ano, a Polícia Federal aplicou multas contra 15 bancos, no total de R$ 5,585 milhões, durante as reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília.

“Os bancos se aproveitam de que a lei 7.102 é antiga e já não acompanha mais a realidade atual, pois no seu plano segurança oferece mais proteção ao patrimônio do que à vida. É fundamental que a legislação passe por uma atualização”, reforça Damarindo.


Redação com informações da Contraf-CUT – 31/7/2014
 
 
 
 
 
 
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