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Pressão de "30 Horas" aos trabalhadores do Itaú

Linha fina
Funcionários da Central de Atendimento 30 Horas chegam a chamar o CAT de "Central de Adoecimento do Trabalhador", devido a metas e cobranças abusivas. Problemas também são relatados no ITM
Imagem Destaque

São Paulo – A Central de Atendimento 30 Horas do Itaú, localizada no Centro Administrativo Tatuapé (CAT) e no ITM, na Vila Leopoldina, tem registrado um recorde de denúncias ao Sindicato. De acordo com relatos, a cobrança por vendas se tornou prática de terror, com ameaças de demissão e exposição de funcionários.

Com tanta pressão por vendas, os trabalhadores estão mudando o nome do CAT para “Central de Adoecimento do Trabalhador”. “Que o banco resolva esses problemas para que esse apelido não pegue”, diz o dirigente Sergio Lopes, o Serginho.

"Estamos sofrendo o maior ataque de assédio de todos os tempos naquele lugar: entramos pra trabalhar já com dor de cabeça, com medo de ser demitido ou prejudicado com advertências ou feedbacks negativos no portal", descreve um trabalhador do CAT. "Somos pressionados a muitas coisas além de vender. Este mês, a meta é 136 produtos", conta uma operadora.

Gestores ainda estariam mandando e-mails com mensagens cobrando vendas, a cada uma hora. Tudo sob ameaça de demissão, relatam funcionários.

De acordo com o Serginho, há denúncias de que, se não bater a meta, o Itaú está aplicando advertência, depois suspensão e, em seguida, demissão por justa causa, nessa ordem. “Isso não toleramos".

Representantes do Sindicato já cobraram posicionamento do Itaú. "Fomos apurar junto ao banco e estamos aguardando a resposta da superintendência para resolver a questão das pressões de vendas, a penalização do funcionário e o assédio moral", declara o dirigente.

Advertências – No setor no CAT, até trabalhador que estava voltando de afastamento médico levou advertência por não ter batido a meta.

De acordo com apuração, o funcionário não aguentou a pressão e pediu demissão depois do ocorrido.

Muitos relatam estar esgotados. "A vontade é de sair correndo", diz um trabalhador.

TMA – O tempo médio de atendimento (TMA) também tem sido usado como medida para intimidação. Há pressão para que o bancário venda, mas a instituição impõe que as operações sejam efetuadas no menor tempo possível.

"Os procedimentos vivem mudando. Agora, para alguns atendimentos, demora até seis, sete ou dez minutos. E reclamam do nosso TMA", descreve uma bancária que também se pergunta: "Como trabalhar assim?"

Assédio moral e perseguição – Outra denúncia que tem a ver com assédio moral é a constante exposição do bancário. Quando a meta não é batida, o Itaú estaria registrando no portal da intranet o não cumprimento: "Isso me expõe a outras áreas e, assim, jamais conseguiria prestar um POC (Plano de Oportunidades de Carreiras), pois outros setores não me chamariam a uma entrevista", diz um funcionário.


Mariana Castro Alves – 1º/8/2014

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