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"PIB" dos bancos subiu 2,6% em um ano

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Apesar disso, estão em dívida com trabalhadores e toda a sociedade. Campanha quer mudar essa história
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São Paulo - Os bancos estão entre os setores mais rentáveis do país. Enquanto o Produto Interno Bruto do Brasil subiu 1,9% no primeiro trimestre deste ano, as instituições financeiras cresceram 2,6% (dados do IBGE comparado ao primeiro trimestre de 2013).

Apesar disso, estão em dívida com seus trabalhadores e toda a sociedade. A Campanha Nacional 2014 quer mudar essa história.

Lucro - Os bancos que operam no Brasil lucraram R$ 60,7 bi em 2013. Esse valor é mais do que foi gasto nos milhares de quilômetros das obras de logística de transportes do PAC 2 até 2013: R$ 58,9 bilhões. Em 2014, o resultado dos três maiores privados (Itaú, Bradesco e Santander) chegou a R$ 19,6 bi somente nos seis primeiros meses, 22,9% mais se comparado ao mesmo período do ano passado. Este é apenas um dos muitos dados que mostram: os bancos podem e devem atender às reivindicações dos bancários.

Adoecimento - A categoria bancária é uma das que mais adoecem em função da rotina de trabalho, com pressão por metas e assédio moral. Em 2013, do total de auxílios acidentários (aqueles em que se reconhece que a doença foi causada pelo trabalho) concedidos pelo INSS aos bancários, 42,20% foram por transtornos mentais e 46% por LER/Dort. E se afastaram do trabalho por adoecimento 18.671 bancários.

Empregos - Mesmo com lucros nas alturas, os bancos demitem. Dados do Ministério do Trabalho mostram que nos primeiros seis meses deste ano foram 5.331 bancários a menos nos bancos do país (exceto Caixa Federal). Desde janeiro de 2012, o número de postos de trabalho fechados já chegou a 19.190. Quadro que só beneficia os banqueiros. Por isso, uma das principais reivindicações dos trabalhadores é o fim das demissões e mais contratações: bom para os trabalhadores e toda a sociedade.

Sobrecarga e insatisfação - Entre março de 2013 e março de 2014, o número de funcionários por agência caiu 3%, em compensação o volume de crédito por empregado cresceu 18,5% e o de contas correntes por bancário cresceu 6%. Relatório da federação dos bancos revela que em 2004 o números de contas correntes por bancário chegava a 236, avançando para 340, em 2013: crescimento de 44%. Os números comprovam a sobrecarga de trabalho dos funcionários e as grandes filas nas agências.

Tarifas e juros - Todo ano sobem os ganhos dos bancos com tarifas. Em 2013, somente os seis maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) conseguiram R$ 96 bi com essa cobrança. O valor, 13% maior que no anterior, pagou sozinho todos os funcionários e ainda sobrou 34%. Ainda assim, os bancos demitem, forçando os usuários a fazer o próprio serviço em caixas eletrônicos. E não é só: enquanto a taxa básica de juro, a oficial (Selic), está em 11%, os bancos cobram 171,5% de quem usar o cheque especial e 110,3% ao ano no crédito pessoal. A luta dos bancários é também a luta dos clientes.


Andréa Ponte Souza - 11/8/2014

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