São Paulo – O Itaú foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a indenizar uma investidora que, sob orientação do banco, aplicou dinheiro no fundo de investimentos estrangeiro de Bernard Madoff. Para a Justiça estadunidense ele é o responsável pelo que é considerada a maior fraude financeira da história, da ordem de R$ 65 bilhões em todo o mundo.
Na primeira instância, o Itaú ganhou a ação ao alegar que a mulher era acostumada a investir e estava ciente dos riscos. Em segunda instância, o desembargador Roberto Mac Craken, relator do processo, faz a distinção entre risco inerente ao mercado financeiro e fraude, como a ocorrida no caso. De acordo com o texto da decisão, “o risco não se equivale com a fraude”.
Madoff prometia retornos altos e fixos, mas os ganhos, ao invés de terem origem nos rendimentos das aplicações, vinham da entrada de novos clientes. Esse tipo de esquema é conhecido como pirâmide e é proibido em diversos países, inclusive no Brasil. Com a crise internacional que teve início em 2008, houve tentativa em massa de resgate do dinheiro para aplicações, levando ao desmoronamento do fundo e evidenciando a fraude.
Na época, Santander e HSBC anunciaram perdas de € 2,33 bilhões e US$ 1 bilhão, respectivamente. O Santander foi um dos principais clientes do esquema de Madoff, oferecendo o investimento a pessoas de alto poder aquisitivo em toda a América Latina. Cerca de dois terços das perdas do banco espanhol envolviam clientes latino-americanos.
Já o HSBC sofre um processo de US$ 8,9 bilhões movido por um representante das vítimas da falcatrua, Irving Picard. O advogado afirma que o banco britânico, em conjunto com uma rede de fundos, direcionou essa quantia para a empresa de Madoff, ignorando as indicações de fraude.
Como incorporador do BankBoston, o Itaú já havia sido condenado anteriormente por causa do esquema de Madoff, tendo de arcar com os prejuízos e indenizando em R$ 176,8 mil um cliente lesado do banco norte-americano.
Bernard Madoff está preso desde dezembro de 2008 e foi condenado a 150 anos de prisão após ter confessado o esquema fraudulento.
Redação, com informações de agências de notícias – 18/8/2014
