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Terceirização e assédio em debate com financeiras

Linha fina
Na terceira rodada de negociação, representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar antecipação da inflação para repor as perdas nos salários
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São Paulo – Representantes dos financiários e das financeiras voltaram à mesa de negociação. Na terceira rodada da campanha, que tem data base em 1º de junho, os dirigentes sindicais voltaram a cobrar que as empresas antecipem a reposição da inflação nos salários, para que os trabalhadores não acumulem perdas. As financeiras não se posicionaram, mas uma nova rodada de negociação está prevista para 16 de setembro e os financiários querem uma resposta.

A questão da terceirização e o problema cada vez mais recorrente do assédio moral tomaram conta dos debates. “Eles informaram não querer discutir a terceirização por estar aguardando uma posição sobre a votação do Supremo Tribunal Federal (STF), o que consideramos um absurdo”, afirma a diretora executiva do Sindicato Marta Soares, que participou da negociação.

> Entenda a votação no STF

“Cobramos novamente os dados sobre a quantidade de trabalhadores terceirizados na condição de promotores de crédito. Queremos a internalização de todos os que hoje são contratados com direitos reduzidos em relação aos financiários, como jornada, remuneração, trabalhos nos finais de semana”, relata Marta. “Alertamos à Fenacrefi sobre os riscos que as empresas assumem já que esses terceirizados fazem atividades de financiários e as ações judiciais reconhecem isso. Ou seja, seria melhor negociar e reconhecer o vínculo real desses empregados.”

Assédio moral – A competitividade e o individualismo estão difundidos nas financeiras, reforçando a violência organizacional e o assédio moral. “Há uma cobrança exacerbada por resultados e isso adoece os trabalhadores”, critica Marta. “Está claro que é necessário rever o processo de gestão, acabar com os rankings, debater metas coletivas”, reforçou a dirigente, lembrando que há muitos trabalhadores afastados das financeiras por adoecimento no trabalho em 2013: 24,6% com LER/Dort e 19,5% com transtornos psíquicos.

“A região onde estão essas empresas é diferente. A renda nos grandes centros é maior, por exemplo, em relação às regiões periféricas, e isso precisa ser levado em conta e ficar claro na hora de estabelecer metas”, ressalta Marta.

A Fenacrefi informou que está consultando as financeiras sobre a criação de uma mesa paritária com os representantes dos trabalhadores, para tratar especificamente de saúde e condições de trabalho. “Consideramos que a experiência desse tipo de mesa junto à federação dos bancos é positiva, pois somente a campanha salarial não dá conta de buscar soluções. O tema é muito amplo e é necessário um tempo maior para aprofundar as discussões e buscar soluções”, completa Marta.


Redação - 21/8/2014
 

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