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População vota “sim” à reforma política

Linha fina
No primeiro dia do plebiscito popular, urnas foram às ruas e também percorreram agências bancárias. Votação vai até domingo 7
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São Paulo – Saúde e educação públicas de qualidade, fim do financiamento de empresas a políticos, saneamento básico nos bairros de periferia, reforma tributária, mais justiça social e melhor distribuição de renda. Esses foram alguns dos argumentos usados por quem votou “sim” à Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, no primeiro dia do plebiscito popular por reforma política, que ocorre em todo o país durante a Semana da Pátria, até domingo 7.

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Uma das 400 entidades organizadoras do plebiscito, o Sindicato instalou urnas fixas em sua sede, todas as suas regionais e dois pontos do centro da capital: na Praça Antônio Prado e na Praça do Patriarca. Além disso, outras dezenas de urnas percorreram agências e concentrações bancárias para colher o voto da categoria. Os realizadores do plebiscito pretendem alcançar 10 milhões de assinaturas até o final. O objetivo é pressionar o Congresso Nacional a convocar uma constituinte sobre o tema.

“A reforma política é fundamental e não é o Congresso que vai fazer, por isso eu concordo que tem de ter uma Constituinte pra votar essas mudanças. Hoje as empresas financiam os candidatos e isso é péssimo porque depois eles devolvem em triplo, e com dinheiro público, o que as empresas pagaram pra eles”, disse o designer gráfico João Batista Ramos, 43 anos, que depositou seu voto na urna da Praça Antônio Prado. João também tirou fotos para divulgar a mobilização: “Vou postar no facebook. É importante que todo mundo participe”.

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“Tem muita coisa pra ser resolvida. Falta educação e os impostos estão judiando do povo. O Congresso só fica adiando as coisas, eles não querem que mude”, opinou a aposentada Maria Matilde, 59 anos, outra a votar pelo “sim”.

A técnica de enfermagem Eva Maria Mendes, 42 anos, disse que quer a reforma política para melhorar a educação e a saúde. “No Congresso eles falam que vão fazer, mas não fazem.”

Para o jornalista Geraldo do Nascimento, 59 anos, um dos pontos mais importantes é acabar com o financiamento das empresas para campanhas eleitorais. “As campanhas têm de ser realizadas com dinheiro público, porque empresário não doa, empresário investe. E eles cobram depois do político algum favorecimento, seja ganhando uma licitação pública ou outra forma qualquer.”

“Com certeza sou a favor da reforma política. Tem tanta coisa que o país precisa: saúde pública melhor, educação melhor, saneamento básico. Tem que ter mais distribuição de renda: é gente passeando de helicóptero e gente morando na rua. Mas infelizmente o que move a política é o dinheiro. E pra quem tem dinheiro, quanto mais pobre e sem educação a população for, melhor. Porque a educação daria armas à população para modificar seu futuro”, opina a agente de saúde Vânia Aparecida Tobias dos Santos, 29 anos.

Ela critica o fato de que um tema importante como esse não é veiculado na televisão. “Não passa na TV porque não é de interesse deles. Não querem que o povo se informe”, acrescenta.

O historiador Heitor Pereira Clemente, 32 anos, lembrou que a Constituinte foi proposta pela presidenta Dilma Rousseff após as manifestações de junho de 2013, mas que a sugestão foi ignorada pelo Congresso. “Se a gente não se mobilizar, se só deixarmos nas mãos de deputados e senadores, a mudança não vai acontecer. A presidente foi pra TV e propôs a Constituinte da reforma política. E o que aconteceu? Nada, porque o Congresso barrou. Eles não querem acabar com a mamata.”

Nas agências – Mesmo em horário de expediente, os bancários não deixaram de participar. “É preciso mudar. E a melhor opção é a Constituinte mesmo porque se deixar pro Congresso, vira mesmice”, opinou um gerente do Itaú, que fez questão de depositar o “sim” na urna itinerante que passou em sua agência.


Andréa Ponte Souza – 1º/9/2014

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