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Metodologia é desculpa para tudo na Caixa

Linha fina
Na terceira negociação da Campanha 2014, empresa assegura que dimensionamento das agências está correto. Bancários cobram critérios adotados para essa aferição
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São Paulo – Os integrantes da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) reivindicam que a Caixa Federal apresente os critérios que baseiam sua metodologia para mensurar a quantidade de trabalhadores por unidade. A exigência foi feita na terceiriza negociação específica da Campanha 2014 na segunda-feira 8, em Brasília, que tratou dos temas condições de funcionamento das agências, contratações, segurança e terceirização.

Segundo o diretor executivo do Sindicato e integrante da CEE, Dionísio Reis, para praticamente todas as propostas dos trabalhadores o banco argumentou que suas medidas são corretas por serem baseadas em metodologia. “Rebatemos essa tese com fatos reais. Mostramos que, por esse mecanismo, as novas unidades só seriam redimensionadas após dois anos de funcionamento. No entanto, em menos de seis meses a Caixa tem de remanejar bancários para várias unidades. Ou seja, essa metodologia está errada.”

O dirigente também entregou aos negociadores do banco público cerca de mil assinaturas (foto à esquerda) de clientes e usuários que aderiram à luta para que as agências tenham mais bancários para melhorar o atendimento. Ele relatou que algumas regionais chegaram a tomar medidas emergenciais. “No entanto elas afirmaram que o cobertor é ‘curto’. Pois quando socorrem uma unidade deixam outra desfalcada. Assim, é necessário que a direção da Caixa amplie o número de empregados por setor.”

Os interlocutores do banco argumentaram que de 2005 até 2014 o quadro de empregados passou de 68.257 para 99.799, aumento de 46%, e que se há problema, é pontual. Além disso, afirmaram que o Dest (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) autorizou que a instituição possa chegar ao máximo de 103 mil trabalhadores. “Reforçamos que embora o órgão limite as contratações é a administração da Caixa que estabelece o número de trabalhadores por setor. Então reforçamos que queremos conhecer quais são os critérios para os dimensionamentos”, afirma Dionísio.

Outro problema apontado é que a Caixa só analisa se uma nova unidade precisa ou não de mais funcionários depois que todos os custos de instalação forem saldados. “Questionamos que nessa conta não entra, por exemplo, a marca da Caixa que é levada para um local com poucos bancos nem a fidelização de clientes. Ou seja, colocam no papel apenas o quanto gastou e o que deve ser capitado para saldar esse investimento e ainda resultar em lucro. Não concordamos com isso, por ser uma lógica apenas de mercado. Os trabalhadores não podem ficar reféns de uma ‘divida’ do banco para que a agência possa ser analisada se necessita ou não de mais pessoas.”

Os representantes do banco ficaram de debater a questão internamente e se posicionar se detalham ou não sua metodologia.

Os integrantes da CEE também reivindicaram que todas as agências passem a contar com mínimo de 20 bancários, que haja o aumento do número de trabalhadores no setor de suporte das unidades e que o banco público amplie o quadro até totalizar 130 mil empregados.

Segurança – Para as reivindicações do projeto de Agência Segura com adoção de medidas como a instalação de porta-giratória com detector de metais antes do autoatendimento, a Caixa afirmou que o modelo atual é eficaz e que pretende mantê-lo. “Reforçamos que o bancário tem de ficar em área anterior à porta de segurança. Essa medida é essencial para garantir sua integridade. Vamos insistir na reivindicação”, reforça Dionísio.

Para a proposta de colocar biombos entre o cofre e os caixas eletrônicos para dar mais proteção aos tesoureiros que fazem o abastecimento de numerário, a Caixa ficou de avaliar.

Em relação à emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para todos os empregados de agência assaltada, a instituição financeira afirmou que a orientação é que isso seja feito automaticamente, mas ficou de verificar se algum setor está descumprindo essa ordem.

No que se refere à responsabilização dos empregados em caso de fraudes ou golpes de terceiros contra a Caixa, os interlocutores do banco disseram que isso só ocorre após devida apuração da culpa do empregado.

Terceirização – Os dirigentes sindicais voltaram a exigir o fim dos correspondentes bancários e habitacionais.

A Caixa disse que os clientes “gostam” de ser atendidos em lotéricas e que não iria mudar essa política. “Rebatemos que as agências têm metas por direcionamento para os correspondentes. E muitos fazem isso apenas devido à sobrecarga. Então, não é a população que gosta, muitos ficam sem alternativas. Voltaremos a insistir nessa questão.”

Já para o cancelamento de contratos de prestação de serviços com empresas que desrespeitem seus trabalhadores ou que violem direitos humanos, a Caixa afirma não ter denúncia formal nesse sentido. Mas, se vier a ter, apurará e se as acusações forem comprovadas encerrará os contratos.

Quarta rodada – A quarta reunião específica com a Caixa ocorre na sexta 12 para tratar do tema remuneração.


Jair Rosa – 9/9/2014

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