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Ser ético é bom para todos, menos na PSO do BB

Linha fina
Funcionários do departamento convivem com divulgação de rankings, pressão por metas e fraudes no sistema que gerencia o atendimento para simular o cumprimento de resultados
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São Paulo – “Ficamos com o vice-campeonato... dos mais lentos de TMA... Vamos trabalhar duro para recuperarmos nossa marca de menos de 2 minutos, porque sabemos que é possível! Afinal, não queremos ser os destaques das últimas colocações do ranking!”.

Essa mensagem foi enviada pela gerente da PSO (Plataforma de Suporte Operacional) - Norte aos funcionários do setor e revela dois abusos: o assédio moral pelo cumprimento de metas e o desrespeito à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada pelos bancos comprometendo-se a proibir a divulgação de performance e  de rankings.

Segundo o dirigente sindical João Fukunaga, o problema não é exclusivo dessa PSO e se repete em diversas agências da capital.

De acordo com denúncia feita ao Sindicato, alguns gerentes induzem os funcionários a burlar o sistema GAT (gerenciador de atendimento), os orientando a apenas iniciar a seção de atendimento após conferir documentos e receber o dinheiro do cliente. Procedimento que confere ao atendimento apenas 25 segundos e não cinco minutos como seria normalmente.

Para o dirigente Claudio Luis de Souza, essa prática prejudica a negociação com o banco por melhorias nas condições de trabalho do setor  "Em mesa, o banco alega que o PSO é solução eficaz e não necessita de melhoria, pois todos os índices estão em conformidade. Inclusive o tempo de atendimento, não sendo necessária a contratação de mais funcionários."

O dirigente sindical João Fukunaga afirma que os gestores burlam de forma ilegal o sistema visando simular o cumprimento das metas. “Mas a falta de empregados do setor, que é o principal problema, fica relegada ao segundo plano, por isto nós temos de lutar por mais contratações e contra as terceirizações em vez de simplesmente burlar o sistema para ficarem ‘bonitos’ na foto”, finaliza o dirigente.

Plenária – No final de agosto o Sindicato organizou plenária para que os funcionários da PSO relatassem os problemas do dia a dia. Na ocasião foram denunciadas situações como desvio de função, pressão para o atendimento rápido aos clientes, visando a quantidade no lugar da qualidade, e a responsabilização dos caixas quanto a problemas de falsificação de boletos. A entidade, junto com os trabalhadores, busca soluções para acabar com esses problemas.

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Rodolfo Wrolli – 17/9/2014

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