Pular para o conteúdo principal

Santander novamente decepciona trabalhadores

Linha fina
Em mesa sobre aditivo, banco não apresenta nenhuma proposta de nova cláusula nem atende qualquer das reivindicações para melhoria das condições de trabalho
Imagem Destaque

São Paulo – O Santander frustrou mais uma vez a expectativa dos trabalhadores sobre avanços no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Em negociação na quinta-feira 6, os representantes do banco espanhol repetiram a postura das rodadas anteriores e não apresentaram nenhuma proposta de cláusula nova ao documento. Também disseram não a todas as reivindicações dos trabalhadores para melhorar as condições de trabalho na instituição financeira. Foi a quinta mesa sobre o tema, a próxima já está marcada para 13 de novembro.

> Santander: bancários batem o pé por reivindicações
> Negociação frustrada com o Santander
> Em discussão Acordo Coletivo Aditivo do Santander
> Santander prorroga aditivo até próxima renovação

“As condições de trabalho no banco são péssimas e o nível de adoecimento dos trabalhadores é altíssimo. E isso não vai mudar enquanto a instituição mantiver sua aposta em demissões, em não contratação, em sobrecarga de funcionários, em metas absurdas e pressão constante para o cumprimento das metas”, denuncia a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da mesa de negociação, Rita Berlofa. “O Santander é lucrativo, como mostrou seu último balanço. E esse resultado é construído com o empenho dos bancários, portanto queremos melhorias nas condições de trabalho. O lucro não pode vir a qualquer preço, com a destruição da saúde dos trabalhadores.”

> Santander continua apostando em corte de postos

Reivindicações – A pauta de reivindicações foi construída após consulta popular respondida por mais de 10 mil bancários do Santander em todo o país. O resultado mostrou que as maiores reclamação dos trabalhadores estão relacionadas às condições de trabalho no banco espanhol. Portanto, os bancários exigem fim das demissões, contratações já, fim das reuniões diárias; fim das conference calls, acabar com as alterações da meta e da métrica durante o período contratado, fim das metas para a área operacional.

Exigem ainda a regularização da ausência abonada – que não pode ser confundida com folga na data de aniversário – e que o banco mantenha a cláusula que cria o Grupo de Trabalho para discutir a democratização do processo eleitoral do Santander Previ e que a discussão seja de fato retomada. Além disso, que o banco transforme em cláusula algo que já pratica: garantindo que o trabalhador dispensado mantenha o plano de saúde tanto pelos dois anos que determina a lei quanto pelo prazo estabelecido na CCT. “O Santander se recusou até mesmo em clausular o que já vem praticando”, critica Rita.

Outra exigência não atendida é que a empresa repasse mais informações ao movimento sindical, no sentido de uma governança coorporativa. “A mesa de negociação fica desigual quando nós trabalhadores não temos as informações que o banco tem. Queremos que nos repassem tal qual fazem com os funcionários na casa matriz (Espanha)”, explica a dirigente.

Bolsas de estudo – Os trabalhadores reivindicam a ampliação das bolsas de estudo para pós-graduação. O Santander apresentou uma contraproposta de destinar parte das 2.500 bolsas de estudo de graduação para a pós, mas não informou quantas seriam. Também concordou em reajustar, a partir de janeiro, o valor das bolsas em 8,5%, mesmo reajuste dos salários dos bancários, conquistado na Campanha 2014.

Dia Nacional de Luta – Antes da reunião do dia 13, o movimento sindical organizará um dia de luta com protestos em todo o país, para pressionar o banco a apresentar propostas de avanço na próxima rodada.

“Esperamos que o Santander nos apresente uma proposta decente, que possa ser levada para apreciação dos funcionários em assembleia”, reforça Rita.


Andréa Ponte Souza – 6/11/2014

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1