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Itaú pressiona funcionários a aderirem a PDV

Linha fina
Assessores operacionais Emp foram comunicados informalmente sobre os planos de demissão do banco. Sindicato não foi consultado e orienta bancários a não aceitar
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São Paulo – Gestores do Itaú estão informando os bancários sobre um Plano de Demissões Voluntárias (PDV) voltado aos assessores operacionais do segmento Empresas. A comunicação informal tem alarmado os trabalhadores, que procuraram o Sindicato. “Nós somos contra o PDV, não fomos procurados pelo banco para negociar e estamos orientando os bancários a não aderirem à proposta”, orienta a diretora do Sindicato Valeska Pincovai.

A reestruturação no segmento Emp já havia sido anunciada pelo Itaú em agosto deste ano e o processo resultaria na extinção dos cargos de assessores e de gerentes operacionais Emp. Na ocasião, o Sindicato procurou o setor de Relações Sindicais do banco e saiu de lá com o compromisso de que esses bancários – cerca de mil em todo o país – não seriam demitidos, mas realocados para outros setores da empresa: parte iria para a área comercial das agências, parte para a operacional e outros para o BBA, braço de atacado, tesouraria e investimentos institucionais do conglomerado.

“Parece que o banco não está cumprindo sua palavra. Pelo menos oito trabalhadores que estão afastados por doença receberam ligações de gestores informando sobre o tal PDV. Ou seja, num momento complicado, em que se sentem fragilizados, o banco ao invés de amparar e respeitar esses funcionários, fala em demissão”, critica Valeska.

A dirigente reitera que os trabalhadores não devem se deixar pressionar. “Os afastados têm de cuidar da sua saúde e manter seu emprego. Os que estão na ativa e também vêm recebendo essas propostas, não devem aderir de jeito nenhum. Devem procurar o Sindicato”, reforça.

Falta de pessoal – Valeska ressalta ainda que o Itaú tem plenas condições de realocar esse pessoal, já que faltam funcionários nas agências. “Estão sempre lotadas e com filas demoradas. Tem agência que funciona com apenas um gerente e um caixa. Ou seja, faltam bancários no Itaú e as demissões não se justificam.”

Também não se justificam nos números do balanço: apenas de janeiro a setembro deste ano o Itaú já lucrou R$ 14,9 bilhões, aumento de 34,1% sobre o mesmo período de 2013. Apenas com as receitas de tarifas e prestação de serviços o maior banco privado do país cobre sua folha de pessoal em 138%. Há um ano a cobertura era de 132%. Mesmo assim, houve extinção de 308 postos de trabalho em doze meses e de 288 apenas no terceiro trimestre do ano. Isso já considerando os 1.194 trabalhadores incorporados da Credicard.

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Andréa Ponte Souza – 26/11/2014

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