Publicado 20/05/2020
Para manter seus lucros, bancos ignoram os feriados antecipados sancionados pelo prefeito Bruno Covas, em São Paulo, para tentar aumentar o isolamento social e conter o avanço da doença, e decidem abrir agências bancárias.
Segundo o governo estadual, nesta terça-feira (19), já são 9,5 mil pacientes internados na rede hospitalar do estado com confirmação ou suspeita de Covid-19. São 3.659 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 5.902 em leitos de enfermaria. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 71,4% no estado e 88% na Grande São Paulo. Na cidade de São Paulo, no entanto, alguns hospitais já atingiram a capacidade máxima. São Paulo já tem mais casos do que o México, Bélgica, China e Arábia Saudita.
"Em reunião ontem (19) reforçamos que é um momento em que devemos parar as atividades para reforçar o isolamento social e deter essa pandemia. Mesmo assim, a Fenaban argumentou que a adesão a feriados definidos subitamente acarretariam “riscos sistêmicos”, ocasionados por interrupção de pagamentos, de compensação de cheques e de outras transações bancárias; e informou que os bancos irão funcionar", disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. "Estamos perdendo vidas e nosso sistema de saúde está entrando em colapso. Não há risco maior agora do que este. Mesmo assim, os bancos insistem em abrir nos feriados, em mais um exemplo de falta de responsabilidade social”, destaca.
Além da antecipação dos feriados municipais de Corpus Christi (11 de junho) e Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o prefeito determinou ponto facultativo na sexta-feira (22). E o governador João Doria também planeja antecipar o feriado estadual de 9 de julho para segunda-feira (25), mas para isso aguarda aprovação da Assembleia Legislativa do Estado, que deve deliberar sobre o tema nesta quinta-feira.
Os bancos também não devem acatar o feriado de segunda-feira (25), tendo em vista que já enviou ao governador pedindo que as instituições financeiras sejam excluídas também desse feriado, e usando o mesmo argumento que apresentou na mesa com os trabalhadores: alegou risco sistêmico com a interrupção de operações bancárias.
