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São Paulo – No Itaú BBA, representante dos trabalhadores não podia entrar. Por volta das 6h30 dessa quarta-feira 5, quando dirigentes sindicais montavam a estrutura da manifestação contra demissões em frente ao condomínio W Torre, onde fica a concentração, seguranças já tentavam impedir a presença do Sindicato.
Foi em vão. Os dirigentes resistiram e quando os bancários começaram a chegar puderam a receber o Itaunido (jornal específico dos funcionários do Itaú) e conversar com os diretores do Sindicato antes da catraca, mas dentro do prédio. Quem chegou de carro também teve a opção de parar para pegar o jornal.
> Fotos: galeria do ato no Itaú BBA
Não permitir a entrada dos dirigentes é prática antissindical condenada pela Organização Internacional do Trabalho. Os artigos 1º e 2º da Convenção 98 da OIT, referente a organização sindical e negociação coletiva e ratificada pelo Brasil em 1952, referem-se à adequada proteção contra todo o ato de discriminação tendente a diminuir a liberdade sindical.
“É impressionante como o banco se comporta na era da tecnologia, época em que bancários estão conectados às informações do Sindicato em tempo real por meio das redes sociais, cada um com seu celular particular. Eles podem ler a Folha Bancária no site do Sindicato. Não tem como censurar as informações que chegam ao trabalhador. O que o Itaú tem a esconder nesse prédio?”, questiona Valeska Pincovai, diretora do Sindicato. “Esse é o único local em São Paulo, Osasco e cidades da região em que dirigente sindical não pode entrar. É essencial cumprir a convenção da OIT, pois o diálogo com os trabalhadores também é primordial para garantir direitos e ajudar a cobrar dos patrões, por meio da nossa presença, o que deve ser feito”, alerta.
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Desrespeito e demissões – E não faltam motivos para o Sindicato cobrar. Os bancários não contam com refeitório e a localização do prédio do BBA, em frente à Marginal Pinheiros, dificulta transitar a pé até restaurantes da região. “Além desse problema na rotina dos bancários, que não podem levar comida por não ter local para esquentar e se alimentar, as demissões assombram o local”, destaca a dirigente, que já enviou e-mail ao banco cobrando explicações sobre as dispensas. A área de câmbio é uma das atingidas.
Lucro com dispensa – O Itaú apresentou na terça-feira 4 lucro recorrente de R$ 11,942 bilhões no segundo trimestre de 2015, aumento de 25,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. E ainda assim a eliminação de postos de trabalho não para. O número de empregados no Brasil passou de 87.420 em junho de 2014 para 85.028 no final de junho de 2015, queda de 2.392 postos em doze meses. No ano, a queda foi de 1.164 postos e no trimestre 745.
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Gisele Coutinho – 5/8/2015
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