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Bancários sofrem com transporte no Itaú

Linha fina
Banco não disponibiliza veículos em número suficiente, gerando longas filas de espera; problema se agravou com troca da empresa responsável por serviço
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São Paulo – Número insuficiente de veículos; micro-ônibus sem ar-condicionado; local descoberto e funcionários sem treinamento para auxiliar no embarque de pessoas com deficiência física; longa fila de espera. Essas são algumas das dificuldades que bancários do Itaú enfrentam para chegar – utilizando transporte disponibilizado pelo banco – em concentrações como o Centro Administrativo Tatuapé (CAT), ITM, Centro Administrativo Raposo (CAR) e Centro Tecnológico (CT).

Os problemas já foram denunciados por dirigentes em reportagem no site do Sindicato e também em ato realizado no CAT. Entretanto, ao contrário do prometido pelo Itaú, a situação não só se manteve, como piorou com a troca da empresa responsável pelo serviço.

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“No caso do CAT, cobramos que veículos que atendiam no metrô Carrão, que teve o serviço extinto, passassem a atender no metrô Tatuapé. Se o Itaú tivesse honrado sua palavra, nós teríamos oito micro-ônibus e duas vans para PCDs, diminuindo a espera. Ao invés disso, o banco trocou a empresa, que por sua vez cortou um dos micro-ônibus”, critica o dirigente sindical e bancário do Itaú Sérgio Lopes, o Serginho.

O dirigente afirma ainda que a qualidade do serviço caiu significativamente. “A nova empresa disponibilizou veículos com 26 lugares, enquanto antes também existiam micro-ônibus para 28 e 32 passageiros. Ou seja, além de os trabalhadores contarem com um veículo a menos, os disponíveis possuem menor capacidade”, aponta.

Segundo Serginho, a situação é mais grave para pessoas com deficiência física, já que não há local coberto para embarque e nem funcionários treinados para o uso correto do elevador. Além disso, veículos que atendem os bancários em geral possuem adesivo para transporte de cadeirantes, mas não o fazem, o que pode caracterizar fraude.

Outro problema está relacionado à falta de ar-condicionado nos veículos. Segundo Serginho, o banco enviou comunicação para todos os trabalhadores comprometendo-se a instalar o equipamento até dezembro. “E como fica a situação dos bancários até lá? Continuam sofrendo com o calor?”, questiona.

ITM – A situação dos que trabalham no ITM é parecida com a enfrentada pelos trabalhadores do CAT. “Ao contrário do que foi combinado com o banco, após a mudança da empresa foi reduzido o número de veículos, aumentando a espera. Na linha que sai do metrô Vila Madalena, perdemos um veículo. Já na estação Vila Leopoldina da CPTM são apenas três micro-ônibus no horário de pico, quando antes era disponibilizado um ônibus que ficava em stand-by para dar apoio nesse período”, conta o também dirigente sindical e bancário do Itaú Antonio Soares, o Tonhão.

“Para piorar, há 20 dias o Itaú transferiu cerca de 400 trabalhadores, entre bancários e terceirizados, para o ITM. Pelo jeito o banco não levou em conta a questão do transporte. As filas e o tempo de espera são enormes. Se o banco consegue disponibilizar frotas quando é seu interesse, como no evento OBA, porque não demonstrar o mesmo empenho diariamente”, acrescenta.

CA Raposo e Centro Tecnológico – Outra concentração na qual os bancários sofrem com o transporte é o CAR. Segundo o dirigente sindical Maikon Azzi, os trabalhadores enfrentam longas esperas e condições inadequadas dos veículos. “O trabalhador tem de aguardar cerca de meia hora pelo transporte e ainda sofrer com o calor, já que os veículos não possuem ar-condicionado. Os ônibus também tiveram a capacidade reduzida”, critica.

Já no CT, além das longas filas, os bancários também se queixam da limpeza dos veículos.  

Providências – De acordo com a diretora do Sindicato e bancária do Itaú Valeska Pincovai, a situação foi relatada em detalhes para o banco, que não apresentou uma resposta. “Já passamos todas as informações sobre o problema do transporte para o Itaú, inclusive com fotos que comprovam as denúncias”, conta a dirigente sindical.

“É urgente que o banco aumente o número de veículos para evitar esperas ou mesmo atrasos. Também é essencial maior atenção com PCD´s”, enfatiza Serginho. “Muitos trabalhadores têm de esperar em locais vulneráveis ao tempo e a assaltos. Já outros preferem ir a pé até o trabalho para evitar advertências por atrasos. Caso o Itaú não melhore a qualidade do serviço, iremos intensificar ainda mais as atividades de protesto”, acrescenta Tonhão.


Felipe Rousselet – 21/9/2015
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