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Proposta de 7,5% foi rejeitada na mesa

Linha fina
Fenaban convocou Comando para nova rodada em que apresentou reajuste 2,17% abaixo da inflação e sem abono; rodada continua nesta quarta-feira, às 11h. Enquanto isso greve deve continuar forte
Imagem Destaque
São Paulo – A federação dos bancos (Fenaban) convocou o Comando Nacional dos Bancários a uma nova rodada de negociação, na terça-feira 20, para apresentar mais uma proposta rebaixada para a categoria. O reajuste de 7,5%, retirado o abono de R$ 2,5 mil apresentado anteriormente, representa perda salarial de 2,17%.

O Comando informou na mesa a rejeição da proposta e que o objetivo dos bancários é discutir ganho real. “Enquanto isso não acontecer, a greve vai continuar”, informou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, aos representantes dos bancos, mencionando a paralisação da terça-feira, 15º dia de greve, que fechou 12,6 mil unidades em todo o Brasil. A Fenaban, então, pediu um intervalo e retornou dizendo que consultaria novamente os bancos, marcando a continuação da rodada para as 11h de quarta 21.

“Após 15 dias de greve forte em todo o Brasil, os banqueiros parecem não ter entendido o recado dos trabalhadores: sem reajuste digno para salários, piso, PLR e vales; garantia para os empregos e para melhorar as condições de trabalho, a paralisação vai continuar”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Vídeo: Juvandia comenta: 'proposta é muito ruim e greve continua'

Mostra disso é que, em pleno dia de negociação, 60 mil trabalhadores cruzaram os braços, parando 761 unidades em São Paulo, Osasco e região, sendo 734 agências e 27 centros administrativos.

> Cerca de 60 mil bancários parados nesta 3ª

“Amanhã (quarta 21) a greve completa 16 dias sem avanço até o momento. Queremos discutir um reajuste digno do esforço dos bancários e correlato aos ganhos reais do setor. Não podemos aceitar perda salarial”, reforça Juvandia.

Banco do Brasil – A direção do BB já informou que pretende fazer nova rodada de negociação específica logo após encerrada a rodada com a Fenaban. A Caixa não se manifestou.

Culpa dos bancos – A greve de 2015 é uma das maiores dos últimos anos. A pauta da categoria foi entregue em 11 de agosto e foram realizadas cinco rodadas sem qualquer acordo em relação ao índice de reajuste e demais reivindicações. Isso, apesar de os maiores bancos verem seus resultados aumentarem 27,3% este ano.

No dia 25 de setembro os bancos apresentaram proposta de 5,5% – que representaria perda de 4% para os bancários – mais abono pago uma só vez no valor R$ 2,5 mil. Assembleias realizadas em todo o país rejeitaram a proposta e a greve nacional teve início em 6 de outubro.

“Tudo isso poderia ter sido evitado se os bancos pagassem um aumento digno aos seus trabalhadores. Eles podem, mas preferem apostar na greve, num flagrante desrespeito aos bancários e a toda a sociedade”, critica Juvandia. “Vamos seguir firmes na luta. Cada um precisa fazer sua parte se quiser ter o devido reconhecimento que os bancos estão negando até agora.”


Cláudia Motta – 20/10/2015
(Atualizado às 20h05)
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