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Vazamento de gás na Torre Santander causa pânico

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Rompimento em mangueira de ar-condicionado, no 26º andar, expôs falhas no plano de abandono do local; simulação realizada no ano passado já tinha revelado problemas
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São Paulo – O rompimento de uma mangueira de ar-condicionado, no 26º andar da Torre, concentração do Santander com mais de cinco mil trabalhadores – entre bancários e terceirizados – expôs falhas no plano de abandono. Esse plano já havia apresentado problemas, denunciados pelo Sindicato, em simulação de evacuação realizada em setembro de 2015.

“Na quarta-feira 20, uma mangueira do ar-condicionado se rompeu, causando pânico. O gás que vazou tomou conta do departamento e fez soar o alarme de incêndio do 23º ao 26º andar. De pronto, os brigadistas, que estão de parabéns, começaram a executar o plano de abandono em situações de emergência. Porém, no 26º andar, os bombeiros causaram uma confusão com a brigada e os bancários por conta de informações desencontradas. Um bombeiro falava para descer e o outro não”, conta o dirigente sindical Welington Prado Corrêa.

De acordo com o dirigente, a fumaça do gás causou mal-estar nos trabalhadores do local. “Como as janelas ficam fechadas, demora até o cheiro dispersar. Nesta situação, com o alarme tocando, o correto é evacuar o local. Porém, alguns gestores se recusaram a descer, o que aumentou ainda mais a confusão, uma vez que parte dos bancários achou que se tratava de um treinamento.”

Welington conta, ainda, que os funcionários que voltavam ao trabalho, por volta das 15h30, não recebiam informações concretas sobre o andamento da situação. “O fato de não saberem exatamente o que estava acontecendo e em quanto tempo o problema estaria resolvido provocou apreensão nos trabalhadores que retornavam do almoço. A entrada foi liberada quando o alarme parou de piscar.”

Simulação – Em setembro de 2015, após a realização de uma simulação de evacuação na Torre, o Sindicato denunciou que o treinamento evidenciou diversos problemas que colocam em risco a vida dos trabalhadores. Uma dessas graves falhas foi constatada exatamente nos andares mais altos, entre eles o 26º andar, onde existem salas fechadas que não se abriram ao tocar o alarme. O mesmo problema se repetiu na quarta 20, desta vez em uma situação de emergência real.

Plano de abandono da Torre Santander é ineficiente

Cobrança – O Sindicato exige que o Santander aplique imediatamente medidas urgentes que garantam a segurança de todos os trabalhadores. Segundo Welington, existe uma deficiência no treinamento para situações de emergência, o que causa fragilidades como as que foram constatadas na quarta 20.

“É urgente sanar a questão das salas fechadas instalando um sistema que abra automaticamente as portas quando o alarme soar. Também é necessário que os bombeiros cheguem ao local da ocorrência com um plano de resolução da emergência definido, evitando assim qualquer falha de comunicação com a brigada e os bancários. Além disso, o mais importante é que o Santander oriente enfaticamente os gestores para que abandonem o local de trabalho assim que o alarme soar, sem esperar um posicionamento se é uma situação de emergência real ou um treinamento”, ressalta o dirigente sindical.

“A segurança dos trabalhadores deve vir sempre em primeiro lugar. É fundamental que o bancário não tenha dúvidas de como agir em uma situação de emergência. Independente se é um treinamento ou emergência real, o trabalhador deve evacuar o local imediatamente”, enfatiza Welington.  


Felipe Rousselet – 22/1/2016 
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