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Não tem conciliação? Então greve é a solução!

Linha fina
Bancários da Nova Central do Bradesco lembram que quando não há acordo entre patrões e trabalhadores, só a mobilização e a luta são capazes de garantir mais direitos e reajuste salarial digno
Imagem Destaque
Rodolfo Wrolli, Redação Spbancarios
15/9/2016


São Paulo – Mais uma vez, nesta greve, os bancários do Bradesco Nova Central paralisaram as atividades para forçar a federação dos bancos (Fenaban) a apresentar proposta digna de reajuste. Na quinta-feira 14, décimo dia do movimento, tem nova negociação entre bancos e trabalhadores. Na última, no dia 12, os bancos ofereceram 7% mais R$ 3.300 de abono, considerada insuficiente pelos empregados daquele centro administrativo.

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“Não aceitamos índice abaixo da inflação e abono”, afirmou numa funcionária. “É lamentável oferecerem um reajuste de 7% com esse lucro todo que os bancos tiveram”, acrescentou.

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Uma colega lembra que o abono não incorpora no salário – e consequentemente em outras verbas salariais, como férias e FGTS. “O abono é só um cala boca momentâneo. Os R$ 3 mil são muito bem vindos, lógico, mas quando acabou, acabou. Não vai fazer diferença nenhuma no salário e nos vales [alimentação e refeição].”

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Diante da intransigência da Fenaban em aceitar negociar um reajuste digno, a greve tomou grandes proporções este ano, fato reconhecido pelos bancários da Nova Central. Somente na quarta-feira, 928 locais de trabalho tiveram suas atividades interrompidas e 60 mil trabalhadores aderiram ao movimento na base do Sindicato, que engloba São Paulo, Osasco e outros 14 municípios.

“A greve deste ano está ótima, nunca foi tão forte, e está cada vez mais”, disse uma bancária que trabalha no Bradesco há quase 30 anos. Outra colega tem a mesma opinião. “Tenho 40 anos de banco, nunca vi o Câmbio parar por uma semana”, afirmou.

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Casp, não – A maioria dos bancários da Nova Central – aqueles que trabalham no Câmbio –, têm mais um motivo para preocupação além da greve. O banco está estudando transferir o setor para um prédio do HSBC – recém adquirido pelo Bradesco – localizado na Vila Leopoldina. O bairro da zona oeste é considerado mal localizado e inseguro. A mudança não foi bem recebida pelos funcionários.

“Ah não, pelo amor de Deus!”, exclamou uma. “Para a maioria vai ficar inviável. o Bradesco não foi vendido para o HSBC, o Bradesco comprou o HSBC, então por que é que nós temos de mudar para lá? Aqui o acesso é muito melhor”, acrescentou.

“Esse inferno aí, não. Deus me livre”, protestou outra. “Acho que vai ser pior do que um reajuste abaixo da inflação. Eu moro em Guarulhos, vai ser terrível. Ninguém quer mudar, acho que vai ter rebelião aqui se tiver essa mudança.”

Mesmo quem mora mais perto do Casp não está entusiasmado com os rumores sobre a mudança, como argumentou um funcionário. “Para mim a questão da distancia é positiva. Eu moro naqueles lados, meu filho também, mas aqui é tudo mais acessível. O ideal seria que o banco dividisse o setor entre os dois prédios e desse a opção de escolher onde a gente quer trabalhar”, sugeriu.

E os bancários da Nova Central estão cientes de que só a mobilização e a luta garantem direitos e conquistam melhores condições de trabalho. Essa consciência comprova a força da greve não só naquele prédio, como no país todo.

“Se tivesse uma conciliação, um acordo [entre trabalhadores e patrões], não precisaria de greve, mas isso não existe, então essa é única saída”, afirmou um trabalhador do Câmbio. “A saída é se organizar, protestar, se manifestar. É a única forma de conseguirmos respeito e direitos”, reforçou uma colega.         

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