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Santander: aderência de 93% massacra bancários

Linha fina
Com nova meta para 2017, até mesmo idas ao banheiro estão impactando nota dos trabalhadores; Sindicato avalia que banco descumpre acordo e cobra que pausas sejam respeitadas
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Redação Spbancários
6/1/2017


São Paulo – O Santander, além de elevar a aderência dos bancários do call center de 90% para 93% em 2017, está fazendo com que os trabalhadores utilizem o mínimo possível o banheiro se quiserem alcançar a meta, descumprindo assim a legislação trabalhista e acordo firmado com o Sindicato. As denúncias foram apresentadas à entidade por diversos bancários.

“Para o cálculo da aderência, que consiste no tempo que o funcionário tem de estar logado no sistema de atendimento, gestores estão descontando idas ao toalete, pausa feedback, pausa ambulatório, problemas técnicos e atrasos para pausas programadas, mesmo quando em atendimento com cliente em atrito. Até mesmo faltas justificadas por atestados estão impactando na meta. Se todas as pausas são descontadas, como se manter dentro do limite de 25 minutos deslogado para jornada de seis horas?”, questiona o dirigente sindical e funcionário do Santander Anderson Pirota.

“Além de impactar na aderência, qualquer atraso para pausa programada ou mesmo um problema técnico é descontado do tempo para toalete, que deveria ser livre. É um tratamento desumano. Com a prática, o bancário se vê impedido de ir ao banheiro se não quiser ser ainda mais prejudicado na sua aderência. E, se não for aderente, o funcionário pode ser penalizado e ter sua remuneração variável prejudicada”, explica.

Além do acordo específico assinado pelo Santander junto ao Sindicato, a própria legislação trabalhista, a partir da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), estabelecida pelo Ministério do Trabalho, determina que trabalhadores de call center tenham direito ao livre uso do banheiro e que podem deixar seu posto de trabalho, durante a jornada, para atender suas necessidades fisiológicas.

“Não estamos vendendo nossa saúde para o banco e sim nossa força de trabalho e conhecimento. Quando na sua publicidade o banco pergunta ´o que a gente pode fazer por você hoje?´, os trabalhadores conhecem a resposta: proporcionar condições dignas de trabalho”, destaca o dirigente. “Enviamos comunicado ao banco exigindo o fim dessa prática absurda e desrespeitosa. Porém, ainda não tivemos retorno”, conclui Anderson.

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