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Itaú lucra R$ 10,5 bilhões e demite milhares

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Resultado refere-se aos nove primeiros meses de 2012. Em um ano, banco já dispensou aproximadamente 9 mil funcionários
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São Paulo – A divulgação do lucro líquido recorrente de R$ 10,541 bilhões nos primeiros nove meses de 2012 do Itaú comprova o que o Sindicato afirma: o banco tem de contratar mais para melhorar as condições de trabalho que estão muito ruins nas unidades da empresa.

De acordo com o balanço do banco do terceiro trimestre divulgado nesta terça 23 a partir de análise do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), embora o lucro tenha recuado 3,8% em relação a igual período do ano passado, vários indicadores subiram.

Os ativos totais, por exemplo, alcançaram R$ 960,2 bilhões, apresentando aumento de 8% em relação ao final do trimestre anterior e evolução de 14,7% sobre o mesmo período de 2011. O patrimônio líquido cresceu 4,4% no terceiro trimestre de 2012 e atingiu R$ 78,979 bilhões – na comparação com setembro de 2011 a alta foi de 15,8%.

Emprego reduz – Mesmo com o aumento do trabalho que envolve diretamente o bancário – como a carteira de crédito que alcançou saldo de R$ 417,603 bilhões, elevação de 9,3% em relação aos primeiros nove meses do ano passado –, o Itaú reduziu drasticamente o número de postos de trabalho.

Segundo o balanço divulgado, entre junho e setembro deste ano o número de empregados recuou de 92.517 para 90.427. Ou seja, redução de 2.090 postos em três meses. Em um ano, entre setembro de 2011 e setembro de 2012, a quantidade de empregados caiu 9.393.

“Essa redução piorou a situação nas agências. Há locais em que gerentes nem sequer conseguem almoçar direito. Os poucos bancários dessas unidades estão sobrecarregados o que aumenta o risco de contraírem alguma doença em função das condições inadequadas de trabalho”, afirma a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Itaú Marta Soares. “O Itaú tem de direcionar seu elevado lucro para a geração de mais empregos e valorizar seus trabalhadores.”

> Agências do Itaú fechadas para bancários almoçarem

PDD – Também segundo o Dieese, um dos fatores que impactaram no recuo do lucro do banco foram as Provisionamento para Devedores Duvidosos (provisionamento) que, embora tenham caído 0,8% em relação ao segundo trimestre de 2012, apresentam alta de 19,4% em relação ao terceiro trimestre de 2011. No acumulado de nove meses, a elevação foi de 24,2%, atingindo R$ 18 bilhões, mesmo com a inadimplência caindo de 5,2% para 5,1% neste trimestre e com tendência de queda de acordo com o próprio banco.

Outro indicador é a redução da Taxa Selic, que afetou algumas receitas da empresa como as operações com títulos e valores mobiliários e o resultado das aplicações compulsórias, com queda de 1,4% e 34,6%, respectivamente.

As aplicações compulsórias (que são remuneradas pela Selic), segundo o Dieese, fazem parte da política econômica do governo. Elas correspondem a um percentual dos depósitos feitos nas instituições financeiras que devem ficar obrigatoriamente no Banco Central. O objetivo da medida é controlar o volume de dinheiro disponível aos bancos realizarem operações, permitindo que o governo possa controlar o aquecimento na economia. Ao reduzir a Selic, espera-se que os bancos passem a investir mais na concessão de crédito o que, de acordo com o Dieese, não ocorreu com o Itaú, onde o crescimento da carteira de crédito foi pequeno e insuficiente para compensar a queda da Selic.


Jair Rosa - 23/10/2012

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