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BB: reação forte contra plano de funções imposto

Linha fina
Bancários dos complexos do Banco do Brasil, no centro de São Paulo, participaram de manifestação contra redução de salário e outras medidas causadas pelo sistema imposto pela direção da empresa
Imagem Destaque

São Paulo - A indignação e a revolta contra a imposição do plano de funções pela direção do Banco do Brasil se traduziram pela forte adesão à paralisação convocada pelo Sindicato em frente aos complexos São João, CSI e 15 de Novembro, no centro de São Paulo. Mais de mil trabalhadores se mobilizaram, o que foi encarado como uma das maiores manifestações da história dos complexos fora do período da Campanha Nacional.

A mobilização, nesta quarta 6, também ocorreu no Serviço de Apoio ao Cliente (SAC), onde cerca de 400 trabalhadores usaram peças de roupa na cor preta em protesto.

> Fotos: galeria da mobilização no centro de São Paulo

Com a truculenta imposição do plano de funções, a direção do Banco do Brasil realizou modificações que afetam e ameaçam quase todos os funcionários da instituição, como por exemplo, a redução de salário – em média 16,25%  –, a exclusão das CCVs (Comissões de Conciliação Voluntária) de comissionados como gerentes e assessores, a abominável exigência de assinatura de termo para impedir que o trabalhador possa cobrar o pagamento das horas extras referentes a anos passados - manobra questionável na Justiça -, além de mudanças prejudiciais em unidades como a Ditec (diretoria de tecnologia).

A assistente Sônia (nome fictício), que trabalha no Gecex, considerou o plano de cargos e funções "um horror", e por isto fez questão de participar do protesto. "Essa manifestação é importante para mostrar ao banco que estamos atentos”, disse a bancária, que está com o cargo em extinção.

Presente ao ato junto com outros dirigentes, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrou que a mobilização foi importante para continuar a luta contra a implantação sem negociação do plano de funções pelo BB. “Essa é uma demonstração de força muito importante dos trabalhadores para a direção do Banco do Brasil, mostrando a insatisfação com esse absurdo que a empresa está fazendo”, disse a presidenta, que também ressaltou a relevância da mobilização nacional para pressionar a instituição a rever o plano.

A secretária geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, ressaltou a importância da unidade da categoria na tomada das próximas decisões. "O banco mexeu com várias áreas no Brasil todo e a Comissão de Empresa tem a responsabilidade de avaliar a vontade dos trabalhadores de chamar uma única ação política importante, que pode ser a paralisação. A unidade tem de ser na ação, observando a posição nacional para que caso decida-se pela greve, que seja uma greve vitoriosa”, afirmou.

Na quinta 7, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil se reúne para discutir outras formas de mobilização e luta no âmbito nacional.

Ações – Além da pressão nas ruas, o Sindicato vai ingressar com ações civis públicas para grupos de comissionados com funções homogêneas, além de reuniões com quem tem funções específicas para discutir a reestruturação em suas unidades. A primeira ocorreu com o pessoal da Ditec, na quarta 6. Os funcionários da Regional de Segurança (Reseg), que participaram ativamente do ato, são os próximos a se reunir em data que está sendo agendada.

Liminar – O Sindicato obteve nesta segunda-feira 4, por meio de liminar, a prorrogação do prazo por mais 30 dias para assinatura do chamado termo de posse à função comissionada para os cargos de oito horas, que visa impedir que funcionários questionem futuramente o pagamento das sétima e oitava horas como hora extra. Durante esse prazo, o banco não poderá punir com perda de função quem não quiser assinar o termo, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia, por bancário que tiver perda de função.

“As ações na Justiça são importantes, mas não são a solução definitiva para a questão da jornada. Sem mobilização, a direção do banco vai continuar a desrespeitar o trabalhador. Foi a partir de 1933, com greves, que a jornada de seis horas posteriormente virou um direito na CLT”, lembrou o diretor executivo do Sindicato, Ernesto Izumi.

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Rodolfo Wrolli - 6/2/2013

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