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Caixa empresta mais e lucro de R$ 6 bi é recorde

Linha fina
Balanço mostra também que banco federal tem hoje quase 700 clientes para cada empregado. Sindicato cobra contratações e antecipação da PLR
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São Paulo – No ano que ficou marcado pela diminuição dos juros bancários cobrados pelos bancos ao consumidor, o lucro líquido da Caixa Federal cresceu 17,1% em 2012, e fechou em R$ 6,1 bilhões no acumulado do ano passado. É o recorde histórico no banco. O total de ativos administrados em dezembro era de R$ 1,3 trilhão.

Os dados foram divulgados nesta terça 19, em entrevista coletiva (foto) com o presidente do banco, Jorge Hereda.

Essa é mais uma mostra de que a redução de juros pode ser benéfica também para os bancos, que ganham em escala com o crescimento dos empréstimos. A carteira de crédito da Caixa foi a principal responsável pelo resultado do lucro, encerrando o ano com saldo de R$ 353,7 bilhões, evoluindo 42% nos últimos 12 meses.

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O movimento de queda dos juros, resultando nas menores taxas da história no país, é consequência de ofensiva iniciada pelo governo federal em abril do ano passado, começando pelo Banco do Brasil com o programa Bom Pra Todos e logo seguido pela Caixa Federal com o Caixa Melhor Crédito. Apesar da resistência e das previsões sombrias dos privados, o mesmo caminho foi trilhado, ainda que não com a mesma intensidade.

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Menos juros, mais trabalho - Em 2012, a Caixa ganhou 6,7 milhões de novos correntistas e poupadores. Cerca de 3,1 milhões de novas contas de pessoas físicas e mais de 350 mil no segmento de pessoas jurídicas foram abertas. Com isso, a base de clientes totalizou 65,2 milhões de correntistas, uma evolução de 11,4% em relação ao ano anterior.

Para atender a essa nova demanda, o banco contratou 7,3 mil funcionários, totalizando 93 mil trabalhadores, o que significa quase 700 clientes para cada funcionário. Além disso, a instituição abriu 653 novas agências e postos de atendimento.

Para o presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, o aumento expressivo no número de agências e de correntistas com relação ao número de funcionários não vai interferir na qualidade do atendimento dispensado ao cliente.

“Nós não estamos considerando que vamos ganhar precarizando o trabalho ou não fazendo as contratações necessárias de funcionários. Então esse é um compromisso muito claro dentro da direção da Caixa. Não está na nossa estratégia precarizar trabalho para poder conseguir manter resultados”, afirmou o presidente da Caixa durante coletiva de imprensa para divulgar o balanço do banco público.

Para o diretor executivo do Sindicato Kardec de Jesus, “se essa é a visão do presidente, então ele deve saber que é necessária a contratação de pessoal, além de investimento em infraestrutura, e o Sindicato vai cobrar a direção da Caixa nesse sentido, pois a realidade das agências é de filas, sobrecarga de trabalho e um atendimento cada vez mais precário”, afirma.

Agora o Sindicato está cobrando do banco a data para o pagamento da PLR. “A direção da Caixa tem de reconhecer que o lucro apresentado pela instituição ocorreu graças ao trabalho dos funcionários, e esse reconhecimento deveria vir na forma do pagamento da PLR o quanto antes”, cobra o dirigente sindical Rafael de Castro.

Minha Casa Minha Vida – O crédito imobiliário da Caixa teve crescimento de 34,6 % no ano passado, comparado com 2011, e apresentou saldo de R$ 205,8 bilhões em dezembro de 2012. As operações que utilizam a poupança somaram R$ 108,3 bilhões – crescimento de 36,7%  –  e nas linhas de crédito com recursos do FGTS, a Caixa atingiu o valor de R$ 97,3 bilhões – crescimento de 32,6%.

Desde 2009, o programa Minha Casa Minha Vida contratou 2,1 milhões de moradias, totalizando R$ 134,5 bilhões. Deste total, já entregou 1 milhão de moradias, beneficiando mais de 4 milhões de brasileiros.

Investimentos estatais – Durante a divulgação dos lucros da Caixa, Hereda salientou a ênfase que direção da instituição federal pretende dar nos investimentos governamentais de infraestrutura.

“Nós queremos focar muito fortemente a área de governo, de infraestrutura, porque o país precisa disso e a Caixa é um banco público que tem de apoiar o governo federal na sua prioridade de desenvolver a infraestrutura no país, portanto, na nossa direção, isso é fundamental”, destacou.

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Rodolfo Wrolli - 19/2/2013

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