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Ato no Vila Santander contra pressão e sobrecarga

Linha fina
Sindicato atrasou funcionamento do call center do banco em manifestação contra as péssimas condições de trabalho, que adoecem física e psiquicamente os bancários
Imagem Destaque

São Paulo – Os bancários do Vila Santander Paulista, call center do banco no Bairro do Limão, não sabem mais o que esperar de cada dia de trabalho. Conforme relatam os funcionários, são metas que aumentam no final do mês, supervisores que ligam tarde da noite para pedir que o funcionário entre mais cedo no dia seguinte, atendentes exercendo a função de gerentes e cada empregado trabalhando por pelo menos dois.

> Fotos: galeria da manifestação

Essa situação rende adoecimentos, queixas constantes dos trabalhadores, e levou o Sindicato a protestar em frente ao prédio na manhã da quinta-feira 3, atrasando o funcionamento da concentração até as 11h. No local trabalham cerca de 2,4 mil bancários.

“A gente vê funcionários chorando e sendo escorados por colegas até o ambulatório, que por sinal chegou a ficar sem estoque de medicamentos devido à alta procura. Tem supervisor reclamando que não consegue dormir. O clima é o pior possível. O Sindicato está ciente e já tomou providências. Cobramos do Santander que marque uma reunião para discutirmos todos os problemas apontados pelos trabalhadores do call center e o banco já sinalizou que pretende agendar essa conversa para os próximos dias”, informa a diretora do Sindicato Carmen Meireles.

Entre as reclamações dos funcionários está a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas, com aumento delas de uma hora para a outra, desrespeito à pausa de 10 minutos para descanso e controle de idas ao banheiro, horários flutuantes para a pausa de 20 minutos do lanche, sobrecarga de trabalho e acúmulo de funções.

Barbaridades no Call Center do Santander

Pior – “É muito estressante. E você não vê perspectivas de melhora. Vem trabalhar sem saber o que vai acontecer no dia, mas sempre esperando o pior. Estou aqui há quatro anos e nunca passei por uma fase tão ruim como agora”, relata um atendente da área de investimento.

Ele conta que já viu uma colega cair no choro logo após passar a roleta de entrada. “As pessoas ficam muito nervosas porque eles mudam as regras o tempo todo. Aumentam a meta faltando três dias para o final do mês. Pressionam a gente para oferecer produtos aos clientes, mas outras vezes proíbem de fazer isso porque a fila de espera na linha está grande.

Um dia sua pausa lanche é às 3h da tarde, outro dia já é às 5h da tarde. Se o fretado do banco, que traz a gente da Barra Funda para cá, atrasa, nós levamos a culpa. Muitas vezes o supervisor liga 9h30 da noite pedindo pra você entrar mais cedo no dia seguinte. Tem sempre uma surpresa desagradável”, reclama o bancário.

Demissões – A diretora executiva do Sindicato Vera Marchioni destaca que a situação do call center é fruto da política de demissões do banco espanhol no Brasil. “O banco demite e os funcionários estão cada vez mais sobrecarregados, fazendo o trabalho dos que foram mandados embora. Não é a toa que o Santander ocupa sempre os primeiros lugares na lista de reclamações dos clientes. Exigimos respeito aos trabalhadores brasileiros.”

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Andréa Ponte Souza – 3/4/2014

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