Pular para o conteúdo principal

Desrespeito à CCT em transferências no Itaú

Linha fina
Bancários do CAT que estão em processo de mudança para o BBA vêm sendo obrigados a assinar acordo de prorrogação e compensação de horas
Imagem Destaque

São Paulo – Os trabalhadores estão preocupados e o Sindicato está atento com a transferência de cerca de 200 bancários do Centro Administrativo Tatuapé (CAT) para o Itaú BBA, que fica na Avenida Faria Lima, em Pinheiros.

> Bancários do CAT serão transferidos para BBA

O banco vem obrigando os funcionários em deslocamento a assinar um kit de documentos que inclui a concordância de que irão prorrogar a jornada “sempre que necessário e/ou solicitado”, sem pagamento de horas extras e com compensação dentro do mês. Denúncias levaram dirigentes sindicais à averiguação e à comprovação da prática, que desrespeita a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

“Fazer o pessoal assinar individualmente esse acordo de prorrogação e compensação de horas afronta tanto a CCT quanto o acordo de ponto eletrônico, específico entre o Sindicato e o Itaú. É um absurdo. O Itaú negou inicialmente. Tivemos que mostrar o papel para o banco voltar atrás”, diz a dirigente sindical Valeska Pincovai.

Após a ação do Sindicato, representante do Itaú se comprometeu a excluir o documento do kit.

Segundo a CCT, conforme cláusula 8ª, quem fez hora extra tem que receber em dinheiro e não compensar o tempo que trabalhou a mais. O acordo específico também não prevê a prorrogação de horas com compensação.

“Como foi dada a palavra de que foi retirado, vamos continuar atentos. Quem estiver nesse processo de transferência não deve assinar e quem já fez isso pode entrar em contato com o Sindicato porque vamos tomar todas as medidas cabíveis”, orienta Valeska.

Plano de saúde - Os trabalhadores também se preocupam com o convênio médico, que mudará para a operadora Bradesco Saúde. Além da perda dos agregados – que não estarão contemplados no novo plano – os bancários temem que possam ser prejudicados na extensão do convênio após a dispensa, como consta na cláusula 43 da CCT, que trata do período de utilização do plano após a dispensa.

Outra preocupação é a continuidade da assistência médica após a aposentadoria. O representante da Área de Relações Sindicais do Itaú garantiu que serão seguidas as regras da Lei 9656, ou seja, nada mudará.

CCV - Os empregados também questionam se continua a existir o acordo da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV). Segundo Valeska, a CCV – um modo de tentar resolver, extra judicialmente, pendências do contrato de trabalho ao reunir bancário, Sindicato e banco na mesa de negociação – continua a valer.

O Itaú comprou o BBA em 2002 e seus funcionários sempre fizeram parte da categoria bancária. “Além disso, hoje o BBA tem a mesma razão social do Itaú. Por isso, o Sindicato reivindica o respeito”, destaca a dirigente Valeska.

“Não vamos admitir nenhum tipo de retirada de direitos, duramente conquistados com a organização dos trabalhadores. Os funcionários do Itaú BBA não devem ficar de fora das conquistas da categoria. Vamos ficar atentos”, alerta a diretora do Sindicato.


Mariana Castro Alves – 11/9/2014

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1