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Greve começa forte em todo o país

Linha fina
Em São Paulo, Osasco e região, 16 mil bancários de 626 locais pararam para cobrar dos bancos que voltem a negociar e apresentem propostas que de fato atendam às reivindicações da categoria
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São Paulo - Os bancários não fogem à luta. Levados à greve diante da postura dos bancos – que insistem em ignorar as reivindicações da categoria –, cerca de 16 mil trabalhadores paralisaram as atividades em 626 locais de trabalho, em agências e quatro centros administrativos. No primeiro dia do movimento, terça-feira 30, 6.572 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal.

> Fotos: galeria das zonas norte, sul, leste e oeste, Paulista, Osasco e centro
> Vídeo: bancários fecham agências em São Paulo e Osasco

  Logo no início da manhã, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, convocava os bancários a participar. “Todos têm de se empenhar para que nosso movimento seja cada vez maior e capaz de arrancar o quanto antes uma proposta dos bancos que contemple nossas reivindicações.”

> Leia orientações e mobilize-se!

A dirigente, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, criticou o que foi trazido para a mesa de negociação no último sábado –reajuste de 7,35% para salários, PLR e vales (0,94% de aumento real) e 8% para o piso (1,55% de aumento real). “Essa proposta de aumento real da Fenaban é insuficiente e eles podem oferecer mais. Só no primeiro semestre deste ano os cinco maiores bancos do país (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 28,5 bilhões, crescimento de 16,5% em relação ao primeiro semestre de 2013. Por isso, esperamos que os bancos resolvam essa greve da forma mais rápida possível: com aumento real de fato, valorização dos pisos e da PLR.”

> Dados mostram que bancos podem

A secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva, reforçou que a proposta dos bancos foi considerada insuficiente também por não trazer praticamente nada para a área social. “Queremos o fim das metas diárias que pegam de surpresa os bancários e das metas abusivas em geral, medidas que melhorariam as condições de trabalho no setor. Também cobramos melhorias na segurança. Para nós, as instituições financeiras têm sim responsabilidade pela vida de seus trabalhadores e clientes. Outro grande problema são os cortes de empregos: em dois anos e sete meses (de janeiro de 2012 a julho de 2014), o setor bancário extinguiu 18.990 postos de trabalho, mesmo com lucros cada vez maiores. O resultado disso é que não há funcionários suficientes nas agências, e os clientes, que pagam altos juros e tarifas, não recebem de volta um bom atendimento.”

> Bancários mostram força, disposição e coragem

Bancos públicos – As direções do Banco do Brasil e da Caixa também não atenderam às reivindicações específicas dos empregados e o Comando Nacional dos Bancários está cobrando que retomem as negociações.

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Clientes – Os caixas eletrônicos e os serviços via internet estão em pleno funcionamento, para que os clientes não sejam prejudicados. Ivone explica, ainda, que a greve não vai prejudicar os aposentados: “Vamos garantir que eles recebam. Não queremos prejudicar a população, apenas exercer um direito nosso, de lutar por melhores condições de trabalho”.

Comando de greve – Integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, além de delegados sindicais da Caixa e do BB, o Comando de Greve reúne-se na quarta, às 16h30, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413). Outros bancários também podem participar.

Ato na Paulista – Os bancários, ao lado da CUT e de movimentos de moradia, agricultura familiar, sem-terra, realizam um grande ato na quinta-feira 2, contra a independência do Banco Central. Os trabalhadores devem se dirigir à sede do BC na Avenida Paulista, 1.804, a partir das 15h. No mesmo dia, também haverá manifestação nos prédios do BC em pelo menos mais nove capitais: Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.

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“Vamos deixar claro para toda a população os riscos de programas de governo que preveem a independência do BC, entregando-o ao mercado e aos bancos, e defender também o fortalecimento do papel dos bancos públicos”, ressalta Juvandia.

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Redação - 30/9/2014

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