Pular para o conteúdo principal

Palestinos começam a reerguer suas casas em Gaza

Linha fina
Última incursão de Israel deixou cerca de 100 mil edificações destruídas, afetando 600 mil pessoas. Boa parte da população continua sem água e cortes de luz são frequentes
Imagem Destaque

São Paulo - As operações para o fornecimento de materiais de construção destinados à reconstrução de abrigos e casas em Gaza por conta da recente intercenção militar de Israel já começaram, afirmou na terça-feira 4 o coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry.

Mais de 100 mil casas foram destruídas ou danificadas, afetando mais de 600 mil pessoas. Uma significativa parcela da população continua sem ter acesso à água e os cortes de energia de até 18 horas têm sido frequentes. A operação israelense matou mais de 2,1 mil palestinos – cerca de 500 eram crianças – e 70 israelenses.

> Israel matou 10 crianças por dia em Gaza

Cerca de 700 beneficiários já estão aptos a adquirir o material para dar início à reconstrução de suas casas, após alguns bairros terem sido completamente destruídos e cerca de um terço da população ter ficado sem abrigo por causa do massacre, que durou 51 dias.

O coordenador especial da ONU afirmou que é necessário acelerar urgentemente a implementação desse mecanismo, para que cerca de 60 mil abrigos que necessitam de reparos sejam reconstruídos – principalmente com a perspectiva de breve chegada do inverno.

“Na ausência de outras alternativas viáveis, a ONU considera o mecanismo temporário de reconstrução como um passo importante para acabar com todos os bloqueios à Gaza “, acrescentou Robert Serry.

5,1 milhões de refugiados - O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Pierre Krähenbühl, cobrou ação política por da comunidade internacional para dar norte aos mais de 5,1 milhões de refugiados palestinos no Oriente Médio.

“Negligenciar a situação dos refugiados palestinos é um risco que o mundo não pode assumir”, disse Krähenbühl. “Agora é essencial que a comunidade internacional apoie o governo palestino de Consenso Nacional para liderar o caminho da reconstrução de Gaza”, disse ele aos membros da Quarta Comissão da Assembleia Geral da ONU.

Krähenbühl citou a Resolução 194 da Assembleia Geral da ONU, adotada em 11 de dezembro de 1948, que estabelece o início de negociações concretas para firmar uma paz duradoura no Oriente Médio. O documento estabelece a tomada de “medidas construtivas” deveriam ser tomadas a curto prazo. “Nós ainda estamos esperando, depois de 65 anos, que essas ‘medidas construtivas’ sejam concretizadas”.

A última crise em Gaza, no auge da violência, quase um terço da população fugiu de suas casas e a UNRWA protegeu e ajudou quase 300 mil pessoas deslocadas em 90 escolas.

Já na Cisjordânia, o comissário-geral disse que a situação dos 750 mil refugiados palestinos tem se deteriorado desde o ano passado, com um aumento de ataques aos palestinos e restrições sistemáticas de Israel na livre circulação e acesso ao comércio, o que tem causado pobreza generalizada e desemprego.

Além disso, as pressões decorrentes para a construção de assentamentos ilegais têm agravado ainda mais a situação. Em 2014, 46 palestinos foram mortos na Cisjordânia, sendo que 18 deles eram refugiados.

Contas no vermelho - O chefe da UNRWA pediu que a comunidade internacional contribua com o fundo geral da agência até o final do ano, pois esta enfrenta um déficit de US$ 56 milhões, o que equivale aos custos operacionais de um mês.

No geral, a UNRWA precisa de US$ 1,68 bilhão para reconstruir 14 mil casas destruídas para os refugiados, reparar mais de 70 mil moradias e 118 edifícios da agência da ONU, além de reabilitar a infraestrutura dos campos e proporcionar alívio essencial como comida e abrigo temporário para aqueles que necessitam.


ONU, com edição da Redação - 6/11/2014

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1